quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Ele quebrou todas as promessas

Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma. (João 15:5)

Conheço um homem que quebrou todas as suas promessas. Prometeu que não fumaria mais, e fumou; que não mentiria mais e mentiu; que não brigaria mais e brigou; que não comeria demais e comeu. Prometeu que seria fiel a Deus, e não foi; que passaria tempo com Ele todos os dias, e não passou; que leria a Sua palavra diariamente, e não leu; que iria à igreja todos os domingos, e não foi; que O buscaria em todas as ocasiões, e não buscou. Que sempre amaria a sua esposa, e não amou. Que apascentaria suas ovelhas e não apascentou. E por aí afora, numa longa lista de promessas quebradas. Conheço esse homem intimamente, pois ele nasceu no mesmo dia que eu, passou pelas mesmas coisas que passei, casou com a mesma mulher e tem os mesmos filhos. E tem o meu nome.

Depois de quebrar tantas promessas e ficar frustrado comigo pela incapacidade de vencer a minha humanidade, finalmente consegui reconhecer que não consigo viver esta vida cristã. Reconheci que buscava a minha própria justiça. E então me arrependo cada vez que faço promessas, pois sei que não as consigo cumprir se Ele não o fizer em mim. Se Ele não for a minha justiça. E assim reconheço que não há mais condenação para mim, apenas um grande amor, pois fui enxertado e permaneço dele. Há uma nova vida em mim, diferente daquela que há na minha humanidade. Aquela vida não me serve mais, pois era a causa das minhas frustrações.

Quando desisto da minha justiça e convido a justiça Dele para fluir em mim, começo a cumprir as promessas que Ele faz. Quando fecho a porta para a seiva da Videira, voltam os fracassos e a frustração. Basta voltar a reconhecer que sem Ele nada posso fazer.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Cristianismo não é uma religião.

Respondeu Jesus: “’Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’ (Mateus 22:37-39)


Muitos cristãos ficam frustradas com sua vida por acreditarem que cristianismo é uma religião e tentarem vivê-lo dessa maneira. Religiões são feitas de regras e preceitos. Parecidas com aquilo que encontramos em livros de auto-ajuda: “Os nove hábitos das pessoas de sucesso”; “Como fazer amigos e influenciar inimigos”; etc., onde recebemos receitas. Lemos os livros, gostamos dos princípios (que geralmente são bons), nos esforçamos para fazê-los, conseguimos fazer algumas das coisas sugeridas, mas acabamos frustrados porque parece que deixaram de nos contar o pulo do gato. É como aquele bolo gostoso que a mamãe sempre fazia, cuja receita recebemos de herança, mas quando tentamos fazer o bolo ele nunca sai como o da mamãe. Até que venha o próximo livro de auto-ajuda e a nossa esperança se reacende.

Há centenas ou talvez milhares de religiões – se contarmos as pequenas diferenças entre cada uma. Mas há somente um cristianismo, pois cristianismo não é uma religião, mas relacionamentos de nós como nosso Deus, com nós mesmos e com os outros. Todo o Velho Testamento se resume nisso: amar o Senhor teu Deus, amar o próximo como amamos a nós mesmos. Amor é relacionamento, e não religião. Cristianismo, portanto, é nos relacionarmos com o nosso Deus e, assim como nos relacionamos com nós mesmos, também fazê-lo com os outros.

Mas quando acreditamos que cristianismo é uma religião, e tentamos fazer coisas para sermos aceitos por Deus, acabamos frustrados, pois parece que nunca fazemos o suficiente. E assim, o relacionamento com Deus se torna um peso. Certa vez, uma linda solteira veio se aconselhar e disse, frustrada: “Não sei mais o que fazer para Deus me dar um marido. Eu faço tudo por Ele. Vou à igreja todos os domingos, participo do coro, ajudo os cegos, só escuto música gospel, leio apenas livros cristãos, abandonei minhas amigas do passado com as quais bebia, fumava e me envolvia com homens, mas Ele não me dá um marido.” A esperança dela estava em fazer tudo certo para ganhar aquilo que queria.

Por outro lado, quando entendo que é um relacionamento, reconheço aquilo que Ele faz por mim, que Ele me ama independentemente do meu comportamento, já me perdoou dele, e posso amar a mim mesmo por causa do sangue de Jesus (“nenhuma condenação há para os que estão Nele”), e reconheço que permaneço Nele porque é Ele quem me mantém enxertado (“de maneira alguma os lançarei fora”). Ao reconhecer o que Ele faz por mim, eu O amo por isso.

Ao deixar de lado a minha justiça própria (“eu me comporto da maneira certa, o meu vizinho não”) posso amar ao vizinho não-cristão, pois não única diferença entre ele e eu é Jesus em mim. Posso deixar Jesus fluir de dentro de mim e esparramar-se para os outros. Pois não há nada que a intimidade com Jesus não vença.

Quando descobrimos todo o amor, a segurança e o valor que vem do relacionamento com Jesus Cristo não queremos outra coisa : Ele é suficiente.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A carne é hostil: até mesmo a carne de uma criança!

(de Mike Wells)

O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito. (João 3:6)

Realmente não fui aquilo que se pode chamar de boa criança! Como adolescente, fui pior ainda. Os meus primeiros tempos na faculdade não valem sequer ser mencionados, pelos muitos erros e tantas outras coisas que eu gostaria de ter feito diferente. E paro por aí com o meu passado. Não vale a pena entrar em detalhes. Carne é carne.

Não sei o que eu tinha na cabeça, mas por algum motivo acreditava, no fundo da minha mente, que eu poderia impedir minhas crianças de fazerem o que eu fazia ou se tornarem parecidos comigo. Penso que em algum lugar do ensino cristão que recebi, me foi dito veladamente que os meus filhos não tinham carne. Portanto, decidi corrigir neles tudo aquilo que nunca fui capaz de corrigir em mim mesmo. Vocês podem imaginar como foi duro descobrir que eles faziam as mesmas coisas. Pois é, assim seja.

Deus tem sido fiel. Tenho filhos maravilhos, e todos eles têm carne. Em um dia qualquer eles anda com Ele ou não. Se não andam, isso fica visível. Se andam, também. No entanto, até hoje eu ainda gostaria de corrigir a carne deles. Este é um pensamento impressionante, pois jamais consegui melhorar a minha própria carne, durante os quase trinta anos de vida em Cristo. Quando não reconheço que estou Nele, descubro que ainda ando nos mesmos padrões carnais. Creio que isso não se aplica aos meus filhos. Continuo enfatizando, veladamente e abertamente, que certos comportamentos e atitudes podem ser mudados com a própria força deles. Ensino uma coisa e demonstro outra bem diferente.

Muitas pessoas tendem a cair nesta mesma armadilhas com as pessoas mais próximas a eles. Em trinta anos eu não precisava aprender a mudar a carne, mas necessitava aprender que não conseguia mudá-la e que necessito Dele em todos os momentos de cada dia. Meus filhos vão aprender a mesma coisa, do mesmo modo. Como pai, as perguntas certas são “O meu Deus é suficientemente grande? Ele necessita da minha ajuda? Ele será fiel em mostrar a eles a revelação sobre as mudanças?” Creio que sim. E descanso. Páro de me condenar. E de me preocupar, pois o meu Deus é suficientemente grande.