(do original Purchasing Your Freedom, de Mike Wells)
“Foi para liberdade que Cristo nos libertou...” (Gal 5:1 – NVI)
O cristianismo é a única religião que usa o termo liberdade. Não é surpresa que boa parte das religiões ofereçam aos seus seguidores, no final, nada mais que um giro rápido ao redor do vazio, com todo o ensino levando a um vácuo “divino”, um ensino sem poder e um sistema que não funciona no mundo, e que por isso precisa ser praticado em relativo isolamento. Seria impossível manter um sistema religioso sem o uso de manipulação, lavagem cerebral, controle, medo, culpa e escravidão.
Jesus não é uma religião. Temos um relacionamento com Ele. E os relacionamentos são prazerosos quando as pessoas envolvidas querem estar umas com as outras. Lembro de um indivíduo que disse à sua esposa, a qual não conseguia decidir se queria sair do casamento ou ficar: “Quando volto do trabalho à noite e vejo o seu carro em casa, e sei que você está esperando por mim, eu preciso saber que você está lá porque quer estar.” Esse homem havia dado à sua mulher liberdade para ir embora. Ele não queria um relacionamento baseado no dever, culpa ou responsabilidade, mas no amor. Amor é liberdade.
Como cristão você é livre para andar com Cristo ou não andar com Ele. Ele não aprecia suas tentativas de andar com Ele quando você realmente não quer estar com Ele. Existe alguém que apreciaria? Se você não deseja andar com Ele é porque você não o conhece, ou se afastou tanto ao ponto de a familiaridade com Ele ser coisa do passado. Pois o caráter Dele é tal que você fará todo o possível para estar com Ele. Jesus é seguro em Si mesmo e sabe o que a comunhão com Ele nos proporciona; portanto, você está livre. Eu amo a liberdade!
Muitos precisam ainda conhecer a liberdade que Cristo dá a cada cristão. Muitos ainda se escravizam a outras pessoas. Tenho falado sobre isso com freqüência, mas vale a pena repetir. Quando as palavras e o comportamento de outra pessoa podem mudar as suas palavras e comportamento, você não está sendo controlado pelo Espírito, mas pelos outros. Não há nada que traga mais conflito interno do que ser controlado pelo comportamento dos outros.
Um grupo de chineses foi preso por causa da sua fé. Eles receberam pouca comida, tinham celas pequenas e foram presos injustamente. Mas a coisa que mais os incomodava era a atitude dos guardas e o egoísmo dos outros presos. Eles estavam escravizados! Estar escravizado a outros é muito pior que estar escravizado a uma circunstância, a um tipo de vida ou a uma vontade. Os cristãos sofrem quando escravizados ao comportamento dos outros. Precisamos aprender a conhecer o prazer que a liberdade traz! Quando o grupo de chineses aprendeu a amar os guardas e outros presos sem esperar nada em troca, experimentaram a verdadeira liberdade ainda que estivessem atrás das grades.
Por que as ações dos outros nos afetam tanto? Por que a atitude do meu cônjuge, as mudanças de humor do adolescente, as espetadas do chefe, o controle dos pais, o egoísmo dos vizinhos e o comportamento dos governantes eleitos me incomodam tanto assim? Qual é a verdadeira razão? A fonte disso é o orgulho.
O orgulho exalta, coloca num trono, tolera faltas para ser adorado, constrói uma reputação, se exalta acima dos outros, acha sua identidade no seu redor, deseja ser especial entre a multidão, traz superioridade e nos torna escravos de todos aqueles que não apóiam o grandioso objetivo de nos fazer superiores. Mas Jesus veio como servo, não em orgulho, e o seu servir o mantinha livre. Quando o orgulho impera, somos escravos de tudo que atravanca o sucesso. Quando o servir – amor, perdão, voltar a outra face, abençoar os que amaldiçoam – impera, ficamos livres, pois quem conseguiria colocar obstáculos para tais objetivos? Eu quero ser livre do orgulho e, portanto, livre do comportamento dos outros.
Como em todos os outros aspectos da caminhada cristã, desejamos a obra espiritual que Deus vai realizar em nós, porém não queremos as experiências das quais elas resultam. Não posso dizer que culpo o cristão que evita as experiências que lhe trarão liberdade. Sou grato a Ele por haver respondido a minha oração desde que tive consciência Dele: “Pai, por favor, realize em mim tudo aquilo que Você queria realizar no homem quando enviou Jesus. Quando eu falhar, deixe que o sangue de Jesus cubra o fracasso.” Desde lá não andei querendo muito as experiências que acompanham a aprendizagem de ficar livre dos outros, mas Ele as mandou mesmo assim, e eu Lhe sou grato por havê-lo feito.
Nós compramos nossa libertação dos outros com a moeda do orgulho. Permitam-me uma ilustração. Uma mulher tinha um marido muito crítico, julgador e não-amoroso. A atitude e o comportamento dele ao chegar em casa determinavam o comportamento dela. Por quê? Orgulho. Ela merecia ser tratada melhor, pois havia sido separada para Cristo. O tratamento que Jesus recebeu dos outros não era suficientemente bom para ela; ela merecia ser tratada melhor. Ela estava escravizada e precisava comprar liberdade. Visto que a moeda do pagamento era o orgulho, ela foi instruída a “cada vez que seu marido chegar em casa nervoso e irritado, você deve sentar no colo dele e lhe dar um beijo.” Ela viu que a liberdade ia lhe custar muito. No entanto, ela pagou o preço e hoje está livre.
Um marido com uma esposa infiel teve que comparecer na justiça. O juiz concedeu a casa, a maior parte do salário do marido e a custódia dos filhos (exceto um fim de semana por mês) para a esposa. Ela anda irada (tentando justificar o seu “caso”) e usa toda oportunidade para jogar algo na cara do marido. Ela se recusa a levar as crianças para ele, contar-lhe como estão indo na escola, ou informá-lo sobre os cuidados médicos necessários. Para as crianças ela diz: “Eu preciso protegê-los do seu pai.” Ele fica trabalhando 60 horas por semana para suprir as necessidades, tentando ser um pai presente e querendo que seus filhos cresçam no Senhor. Ele também é um escravo do comportamento da sua mulher. Qual a solução? Compre a liberdade com a moeda do orgulho. Ame o juiz, a esposa, as circunstâncias, pague o sustento mensal dos filhos, permita o abuso, e seja livre. Olhe bem no rosto daquele que está lhe trazendo o desconforto e pergunte para si mesmo: “Será que eu quero ter o semblante que ele tem?”
Um funcionário recebe uma promoção por causa da sua habilidade de apontar as fraquezas dos outros. Esta semana você se encontra sob o microscópio dele, e você acaba se tornando escravo dele. Compre sua liberdade com o orgulho. Vá até ele e pergunte: “Há algo mais que eu possa fazer para ajudar você? Sei que você deve andar estressado.“ Você vai ficar abismado com a liberdade que virá.
A liberdade não é barata. No entanto, ela pode ser comprada com um produto que você nunca deveria ter possuído: o orgulho. Visto que ele é uma moeda que não lhe pertence, gaste todo ele livremente; e no final, você terá um excelente currículo de liberdade.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
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