quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Quedas, entendimento e escolhas

(de Fernando Korndörfer)

Você já percebeu porque voltamos a fazer as velhas coisas?

Sempre voltamos aos lugares que nunca deixamos. Não conseguimos deixar um lugar se não soubermos onde estamos. Se estou perdido, não consigo encontrar o caminho certo sem antes reconhecer que estou perdido. Se bebo, não consigo deixar de beber antes de reconhecer que não consigo fazê-lo pelas minhas próprias forças. Precisamos que Ele o faça.

O abusador voltará a fazê-lo, se não reconhecer aquilo que o leva a ser abusivo. O homossexual continuará dando passos em direção ao mesmo sexo, se não reconhecer a verdadeira sede que tem. O adúltero voltará a adulterar se não reconhecer o que realmente busca com isso. O fofoqueiro continuará falando mal dos outros se não entender o que a fofoca lhe traz. 
Mas não há nada que a proximidade de Jesus não possa vencer. Jesus sendo em nós aquilo que nós não somos é a esperança da glória!

Nós apenas escolhemos o Caminho. Não há outro. A água viva que Ele é nos sacia, e não queremos outras fontes. Buscá-Lo e deixá-Lo viver em nós e agir através de nós é uma escolha.

domingo, 31 de janeiro de 2010

O básico

(de Mike Wells)

Encha um chifre com óleo e vá... (I Samuel 16:1)

O chifre de óleo do templo deveria estar sempre cheio. Ele fazia parte do culto ao Senhor. Samuel estava lamentando sobre Saul, e Deus o mandou primeiramente encher o chifre. Ele havia negligenciado o básico, e não poderia ir até Davi até que fizesse o básico. Ando pensando cada vez mais sobre o básico.

Cristo está dentro de nós, batendo na porta para sair, para expressar a Sua vida através de nós. Com a porta fechada por causa do orgulho, tentamos fazer “coisas cristãs” e descobrimos que é difícil fazê-las. Quando a porta está aberta, essas coisas se tornam bastante naturais. Isso é o básico.


Samuel estava procurando pelo próximo rei ungido por Deus. Jesse lhe trouxe os seus melhores filhos, presumindo que Deus queria o melhor. Samuel lhe perguntou se aqueles eram todos os seus filhos. A coisa fraca que Jessé havia deixado escondido no campo era exatamente aquilo que Deus queria. Nós jamais escondemos as nossas fraquezas; elas são exatamente aquilo que Deus pode usar.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Três Reinos

(de Mike Wells)


Jesus lhes disse: “Digo-lhes a verdade: Os publicanos e as prostitutas estão entrando antes de vocês no Reino de Deus.  Mateus 21:31


Há três reinos aos quais podemos pertencer: o reino do bem, o reino do mal e o reino de Deus. Os reinos do bem e do mal têm muita coisa em comum. Ambos são como fortalezas com pessoas lá dentro tentando sair, e outras pessoas do lado de fora tentando entrar.  Os habitantes são mantidos lá dentro através de ameaças, castigos, intimidação e medo da morte.  As guerras são preparadas e os homens são alistados para expandir ambos os reinos.  As comparações são intermináveis, pois ambos os reinos provêm da mesma árvore: a do conhecimento do bem e do mal.  É interessante notar que um reino bom livrou a Europa de um reino mau, e quando tudo acabou, a Europa se tornou um país pós-cristão.  Por outro lado, considere os muitos bolsões do reino de Deus que existem em países governados há muito tempo por reinos maus, nos quais nenhum reino bom entrou para livrar as pessoas.





Tanto o reino do bem quanto o reino do mal são inimigos do reino de Deus. O bom é inimigo do melhor. O moralismo é um inimigo do cristianismo. Muitas pessoas enxergam o cristianismo como sendo meramente o reino do bem, e esforçam-se para mudar o sistema mundial para andar de acordo com ele. Estamos todos cansados da compaixão do mundo.  Vivem nos mostrando fotos com alguma injustiça praticada em algum lugar do mundo, desde os golfinhos presos em redes de atum até o roubo da comida enviada aos famintos.  Infelizmente essas imagens apenas mexem com as pessoas que jamais fariam uma coisa dessas.  Mas nada é feito para mudar o comportamento das pessoas que participam dessas atrocidades.  Poderíamos concluir que as boas pessoas apenas denunciam o comportamento dos maus para elas parecerem melhores e sentirem-se melhor. As boas pessoas sentem que fizeram algo ao falarem mal de um problema. As boas pessoas querem projetar para os outros uma imagem de estarem fazendo algo valioso para resolver os problemas do mundo, para levantar fundos para a organização que descobriu a coisa má, ou de ajudarem cegamente na maneira que julgam ser correta.





Não é interessante que Jesus, no meio do sistema romano, não falou nada a respeito deste?  Em meio à escravidão, aos abortos, às taxações de impostos, à destruição de culturas e a governos injustos, Ele não disse nada.  Em vez disso, Ele enfatizava o reino de Deus. Ele não lutava contra o mal fazendo o bem. Na realidade, Ele resistia igualmente ao bem e ao mal (farisaísmo) com o reino de Deus. 





Precisamos decidir como queremos viver e isto por sua vez definirá como agiremos e quais serão nossos objetivos de vida.  Podemos viver no reino mau e responder ao bem fazendo o mal. Podemos viver no reino  bom e assegurar que o mal seja punido com o mal. Ou podemos viver no reino de Deus reagindo ao mal com o bem.

O que não é da vontade de Deus

(de Mike Wells)

Então o Senhor Deus fez nascer do solo todo tipo de árvores agradáveis aos olhos e boas para alimento. E no meio do jardim estavam a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal.  (Gênesis 2:9)


Frequentemente encontro cristãos procurando pelos sinais vermelhos do semáforo.  Eles não sabem se estão fazendo a vontade de Deus, e assim continuam a procurar pelo sinal vermelho que os faça parar.

Será que Adão e Eva passavam os dias no paraíso procurando pelos sinais vermelhos? É claro que não! Deus lhes disse desde o início que o sinal vermelho era comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Eles tinham liberdade para comer de todas as outras árvores.  Sim, uma árvore agradável aos olhos alimentava não somente o desejo físico do homem, mas também a sua mente, vontade e emoções, pois ela era bonita.  A árvore da vida, que é Jesus, também estava lá, para alimentar o espírito do homem.  O homem tinha liberdade de comer de todas elas.  Lembre-se desta palavra: tinha liberdade.  Deus deixou bem claro de qual árvore não poderiam comer, para que o homem não precisasse andar pelo jardim examinando cada árvore, tentando descobrir se podia ou não comer dela, e assim não vivesse cansado e preocupado. Deus queria que se alegrassem com a vida, com o lugar onde moravam e com o próprio Deus.  O homem deveria ser livre!

Gastamos demasiada energia tentando descobrir tudo que nos é permitido. É muito mais simples entender as poucas coisas que NÃO são permitidas.  Deus tem o hábito de nos contar quais são os sinais vermelhos, para que possamos andar em vida abundante, sem nos perdermos no exame constante daquilo que é ou não é permitido.  Sabendo de antemão quais são os sinais vermelhos, podemos andar vivendo no Reino de Deus e desfrutar daquilo que estamos fazendo.

Se você estiver confuso tentando descobrir a vontade de Deus, descubra nas Escrituras aquilo que não deve fazer e evite essas coisas. Todo o resto é permitido. Devemos amar nosso próximo como a nós mesmos.  Se não estiver fazendo isso, poucas outras coisas têm importância.  Você consegue ver como é simples? Se evitarmos o egocentrismo, descobriremos que 90% daquilo que fazemos é permitido. É permitido se mudar para onde quiser, aceitar o emprego que buscava, tirar as férias que deseja, escolher um lugar para ter comunhão e para servir, porém não é permitido ser amargo, julgar o outro, participar nas obras da carne, ou não ter amor e compaixão, pois todas essas coisas alimentam nosso egocentrismo. Muitos se esforçam para descobrir o carro certo que devem comprar, quando a questão verdadeira é se estão amando seus cônjuges, não provocando o outro à ira, ou competindo secretamente com ele.

Pelos pássaros

(de Mike Wells)

Pois a criação foi submetida à inutilidade, não pela sua própria escolha, mas por causa da vontade daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra, recebendo a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto. Romanos 8:20-22
(NT: No artigo original, Mike Wells usa a passagem da NASB – North American Standard Bible, cuja tradução ao português diz: “Pois a criação foi submetida à frustração...”)


No Amazonas, ao observar as araras de colorido brilhante em suas gaiolas, vejo que os pássaros menores e menos coloridos entram e saem à vontade dessas gaiolas, alimentando-se da comida das aves maiores. Para mim essa é uma boa ilustração da comparação entre riqueza e beleza contra pobreza e simplicidade.


O tamanho e a beleza dos pássaros maiores fazem deles um troféu. O pássaro menor nem é notado. Aquele que é importante para o mundo e adulado, está na realidade em cativeiro. Enquanto isso, o pássaro menor não está enjaulado, mas em completa liberdade. Há tantas pessoas que já provaram do luxo da pobreza.
A riqueza é, de fato, um cativeiro. Conheço uma casa nas montanhas que custou vinte e dois milhões de dólares, e cuja manutenção custa quinhentos mil dólares por ano. Os donos raramente vão lá: eles estão demasiadamente ocupados ganhando dinheiro para manter a casa.


Será que as riquezas trazem liberdade? Há tantas coisas que podem ser ditas a favor da simplicidade, do possuir pouco, do passar desapercebido e do ser livre. É verdade que eu questiono esses pensamentos ao entrar no avião, quando passo pela primeira classe a caminho da econômica. Mas me conforto com o fato de que as pessoas que sentam na cauda são as que provavelmente sobreviverão a um acidente.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Persistência



Por isso, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus, com glória eterna. (2 Timóteo 2:10)



Persistência – a capacidade de suportar sofrimento sem perder o rumo - é um assunto importante nos dias atuais.  Ao longo dos anos já tivemos que suportar tantas coisas: perda da liberdade pessoal, perda de familiares, perda de bens, perda de integridade, perda de firmeza, perda de relacionamentos, perda de amizades, perda de sonhos, perda da visão, perda de amores. São tantas perda... Elas não podem ser recuperadas: foram-se para sempre.

Você já se perguntou “Como  resolver as coisas que não podem ser resolvidas?” ou “Como viverei com essas perdas?”  É claro que você pode viver na amargura, no mundo do “Se ao menos....”, da culpa, e da desistência.  Contudo, isso não é viver.  Você necessita ir ao Senhor e pedir-Lhe que diga a você como viver até o fim com essas coisas que precisam ser suportadas. Se considerarmos a totalidade da vida, inclusive a vida eterna, nosso tempo de vida aqui na terra não é muito longo. Em Cristo é realmente possível suportar as perdas com alegria e encontrar a paz perfeita.  Você crê nisso?  Quais são as suas opções?  Você sabe que Ele permitiu, pela Sua graça, que você suportasse a sua vida até o presente momento?  Ele manterá você, pois Ele é amor.  Você conhece isso? Crê nisso? Crê que Deus ama você? Esta é uma pergunta muito importante e séria.  Uma resposta afirmativa é crucial, pois se você crê que Ele lhe ama, então creia também que todas as coisas que entram na sua vida, as coisas não resolvidas, tem a sua causa no amor Dele, e são aquilo que você necessitava.  Lembra do meu amigo chinês? Depois de contar-me tudo que havia dado errado em sua vida, ele disse: “Você consegue crer que Deus me ama tanto assim? Ninguém deixaria essas coisas aconterem com seu filho, se não fossem para o bem dele.  Essa grande dor revela um grande amor” .  Meu amigo havia resolvido o assunto.  O amor de Deus resolve tudo.


quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O preço


(Fernando Korndorfer – dez 2009)

Pouco tempo depois de reconhecer Jesus como meu Salvador, há quarenta anos atrás, aprendi uma canção, cuja letra era bem simples:
Convém que Jesus cresça (3 x )
Mais e mais!
E que diminua eu (3 x)
Mais e mais!

Em julho daquele ano o homem havia chegado à Lua pela primeira vez. Os astronautas fizeram uma foto que ficou famosa: em primeiro plano aparecia a Lua e, nascendo no horizonte dela, aparecia a Terra com uma parte dela nas sombras. Formamos um grupo de jovens cristãos chamado Terra Nascente, para evangelizar a parte que estava na sombra. E, entre várias outras, cantávamos a canção acima.

Ao cantá-la, lembro-me de desejar ardentemente que Jesus crescesse e eu diminuisse. E assim eu orava. Confesso hoje que não sabia o que estava pedindo. Se soubesse, não sei se teria orado por aquilo. Mas Ele ouviu a minha oração e viu o desejo do meu coração, e tem sido fiel.

Mas o preço de Jesus crescer em mim é doloroso: meu egoísmo precisa morrer constantemente. E enquanto estou morrendo, vou aprendendo a enxergar a Ele e Suas ações na minha vida e na vida das pessoas que vêm a nós para aconselhamento. E isso gera o reconhecimento de quem Ele é e a gratidão pelo que faz por mim. Ele é fiel e continua agindo em minha vida, fazendo com que todas as coisas cooperem para o meu bem. Quantas vezes lutei para mudar as situações que Ele havia trazido à minha vida para mudar a mim.

É esse Senhor amoroso e fiel cujo aniversário da chegada a esta Terra Nascente comemoramos nestes dias. Olho para 2010 na esperança de morrer mais, sempre. Obrigado, Senhor que você veio!!

Neste contexto, desejo para mim e para todos vocês que as tristezas causadas pelo seu morrer seja rapidamente substituídas pelas alegrias da vida de Jesus , que está em vocês, se expressando para todos ao seu redor