terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Cristianismo budista

Você está enredado num cristianismo budista?
(do original Are You Caught in a Ying-Yang Christianity? por Mike Wells)

Romanos 8:8 “Quem é dominado pela carne não pode agradar a Deus.”

Para mim, entender a carne é um dos fundamentos para vivermos a vida cristã de maneira prática.

O velho homem (a vida de Adão, a velha natureza) está morto. Algo foi crucificado com Cristo e esse “algo” é o velho homem ou a vida de Adão, ou a velha natureza. Um cristão não tem duas naturezas. Isso é mero “budismo” cristão. O ensino das duas naturezas é apenas o ensino do ying e do yang. Não há nenhuma batalha entre o bem e o mal. O bem e o mal vêm da mesma árvore. Conheça o bem, e você também conhecerá o mal. A vida de Cristo em mim (o bem) não é lutar contra a velha natureza (o mal). A velha natureza não tem poder, pois está morta.

Causa uma certa frustração ao confiarmos ou tentarmos melhorar algo que está morto, mas tenha certeza de que ela está morta. A vitória não vem de ajudarmos ao Jesus que está dentro de nós, a vencer a velha natureza. Se isso fosse verdade, quando apresentamos a alguém a opção de Cristo viver nele, estaríamos apresentando um pesadelo, uma vida inteira de lutas. Mas não é isso que a bíblia ensina. Você (a velha natureza, a vida de Adão, o velho homem) está morto. Você tem apenas uma vida dentro de você: a vida de Cristo.

Mas então por que lutamos? Ainda temos a carne. O homem é espírito, alma e corpo. Quando o espírito é desconectado do corpo e da alma (razão, vontade, emoções) através da morte que Adão introduziu ou através das escolhas feitas por um crente, essa pessoa (cristã ou não-cristã) viverá na carne. Portanto, a carne é nosso ser sob a direção ou influência de algo diferente do Espírito que vem de Deus. Um animal tem mente, vontade, emoções, corpo e um ambiente do mundo. A expressão da vida do animal é definida pelos movimentos no mundo, sem qualquer influência do espírito. Portanto, o homem sem o controle do espírito (um não-cristão morto no espírito; um cristão bloqueando o espírito) é chamado de carnal ou animal.

A carne é singular em cada animal e em cada indivíduo. Por natureza, nascemos separados de Deus. Através dos estímulos (os acontecimentos que vem à mente, vontade, emoções e corpo), das circunstâncias interiores (uma mente, vontade e emoções fora de controle), e das circunstâncias exteriores (o mundo, o corpo ou a mente, vontade e emoções de outros que estão fora de controle) a carne será modelada de forma singular. Depois de modelada, ela é fixada em concreto. E este é um ponto muito importante. Uma vez que se desenvolveu, a carne não muda. No entanto, é possível continuar acrescentando mais a ela. Por exemplo: um menino busca segurança junto ao pai e o pai abandona esse menino. A carne do menino agora se desenvolveu em algo inseguro. Então, certo dia, o menino recebe uma nova vida que substitui a velha natureza (a vida de Adão ou a velha vida). Ele recebe a vida de Jesus. Ele é enxertado na Videira. A vida de Jesus é segura e ele identifica uma segurança que agora há nele, a segurança de Cristo. É um erro pensar que esta segurança recém descoberta venha dele próprio. Ela é a segurança de Cristo fluindo nele e ele é um participante dessa segurança. Entretanto, a sua carne insegura não mudou. A cada momento, como um ramo na videira, o menino deveria simplesmente dizer uma oração de agradecimento: “Jesus, a sua segurança é bem-vinda aqui. Obrigado por deixar-me participar dela”. Se ele fizer isso, nunca experimentará a insegurança da sua carne. Contudo, se o menino tirar os seus olhos de Jesus, parar de permanecer Nele naquele momento, e bloquear o espírito de Jesus ao escolher confiar em outra coisa, descobrirá que a carne, aquilo que nutria o seu ser quando não tinha Jesus, não mudou nem um pouquinho. Ele vai sentir-se inseguro, por que “carne é carne”. Nesse ponto, ele pode até acrescentar mais natureza humana, aumentando a carne, ao deixar que o caos que há fora dele e no seu interior tomem conta dele e o dominem.

Muitos cristãos, depois de aceitarem a Cristo e andarem momento a momento com Ele, fecham a porta para Ele, através da escolha (ou livre-arbítrio), e adicionam mais carne à sua carne. Há vinte anos atrás, não havia cristãos que tivessem problemas com a pornografia na internet. Atualmente é comum. É um novo acréscimo à carne, mas a raiz estava bloqueando o espírito e buscando outra coisa para alimentar a mente, as emoções e o corpo. Houve um acréscimo à carne. A solução é fácil: coloque seus olhos novamente em Jesus. A vida da videira que é livre de pornografia fluirá para dentro do ramo e você experimentará uma liberdade que não vem de você, mas que agora é sua. Contudo, feche a porta para a videira (ela se fecha com o orgulho dizendo “eu consigo” e se abre com a humildade dizendo “eu não consigo”), e você descobrirá que a carne não apenas se sente insegura, mas também está ansiando por pornografia. A carne pode sofrer acréscimos, mas nunca se consegue diminuir o seu tamanho. Isso é extremamente importante para a vida cristã, e nunca é demais enfatizar esse fato.

É engano crer que a carne possa mudar. O inimigo usa esse engano de várias maneiras. Primeiro, ele faz com que os cristãos sigam um programa atrás do outro para mudar a carne. Mas tudo que precisamos é simplesmente permanecer.

Em segundo lugar, o inimigo usa os cristãos carnais que tenham a carne forte para fazer comparações e focalizar a mente dos cristãos sinceros na carne.

Em terceiro, o inimigo faz com que o cristão tente desfazer aquilo que ele entende ser a má carne, através da prática do bem. Esse engano é incrível. Se você agradar as pessoas durante todo o dia, vai odiá-las à noite. Se encher sua cabeça de pensamentos positivos durante todo o dia, será vencido pelos pensamentos negativos à noite. Se controlar seu apetite durante todo o dia, vai devorar comida à noite. O bem alimenta o mal. Eu tinha dois cavalos: um preto e outro branco. O preto nunca queria ser cavalgado e ficava longe do portão. O branco gostava de mim e vinha para perto do portão. Mas quando eu abria o portão para o cavalo branco, o preto vinha correndo como doido, aproveitando a oportunidade para escapar de mim e do cavalo branco. O preto usava o branco. Eu chamo de "cristãos budistas", os que fazem listas das coisas boas e más, os que sempre estão dizendo o que é bom e o que é mau, e fazendo comparações. Eles tornam as pessoas piores. Sempre.

Em quarto lugar, no cristianismo budista não há espaço para o fracasso. Você, a sua carne, nunca muda. Ao se tornar cristão, sua carne nunca melhorou. Isso pode ser uma revelação deprimente (se você quiser ter justiça própria) ou a coisa mais libertadora do mundo se você permanecer, se focalizar-se em Jesus. O cristão mais famoso que você conhece tinha a carne feia até o dia em que morreu. Como é que o apóstolo Paulo poderia dizer com tanta convicção: " na minha carne não habita bem nenhum?" Ele dizia isso até o dia em que morreu. Eu gostaria de banir os livros sobre os "grandes" cristãos. Bom, pelo menos banir os livros que fazem comparações sutis entre o "grande" homem e nós baseadas na carne dele que era forte, bem adaptada, exigente e assumia riscos. Isso está simplesmente errado. Não existem grandes homens de Deus: existem homens fracos com um grande Deus.

Lembrem-se disso quando estiverem escutando ou olhando para um cristão que está ministrando: você está vendo Jesus. Esse homem, se não estiver permanecendo, não é melhor do que um bêbado ou do que a pior pessoa que você conhece. Ele não melhorou a si mesmo com anos de disciplina "cristã". No entanto, essa revelação é uma das mais belas que já tive. Ela me mantém algemado a Jesus, momento a momento. O que me faz ficar perto Dele é a consciência da minha fraqueza. Algumas pessoas talvez se queixariam e chamariam isso de espinho na carne; mas por que me queixar, se a consciência de que nada posso fazer sem Ele me mantém perto do perfeito amor, e me torna participante da perfeita vitória?

Mas não desanime em descobrir que está igual a antes, ou pior do que antes de se tornar um cristão. Isso é a carne e ela não muda. Nem vai mudar. Deus a deu para você, para que você fosse infeliz sem Ele no momento. Ele sabia que teríamos a carne e Ele não está lutando contra ela, mas usando-a para aproximar você Dele. Agora, dê a você e aqueles ao seu redor um pouco da graça. Não fique tão chocado quando o "pastor" diz um palavrão, quando o evangelista fica irado, quando o obreiro cristão fica bêbado, ou quando pegar a si mesmo vendo pornografia na internet. Isso é a carne, e porque o velho homem está morto, você pode escolher (assim como eles) a voltar para o relacionamento de vida abundante na videira. Ao fazer isso, naquele momento a vitória Dele é sua. Mas lembre-se que a carne estará sempre com você. Ela é a fortaleza de Deus para mantê-lo perto Dele.

Um comentário:

Anônimo disse...

Certo, mas me responda o seguinte:

Para Deus tudo é possível?
O que é ser uma pessoa transformada em Cristo?
E o vicio em Drogras, Alcool e bebidas, não seria da carne?
Pode o velho homem, sepultado no momento da conversão, rescucitar a qualquer momento?

Creio sim que só permanecendo em Cristo, posso vencer a carne. Mas tenho comigo a dúvida quanto essa impossibilidade de mudança. Tenho certeza que, depois da minha conversão, estou me tornando cada dia melhor. As pessoas que conheço que vivem permanencendo na videira, melhoram.

Meu querido irmão, vivo uma intensa batalha interior. Não é atoa que vim parar aqui, rsrsrs.
Preciso de ajuda, mas ainda não estou satisfeito com essas respostas. Que Deus o abençoe.