Será que nunca vamos mudar? Será que não temos jeito?
(por Mike Wells)
“…e se alguém está em Cristo, é nova criação.” [2 Cor 5:17].
Sim, tornamo-nos algo novo, diferente e especial. Recebemos uma nova natureza e os velhos desejos morreram. Nossas vidas como cristãos agora seguem naturalmente os mandamentos de Cristo, sem esforço. Sabemos que isto é verdade, mas será que é isso que o cristão normal experimenta no dia-a-dia? A nossa experiência tem sido essa? Ou esse tipo de vida – seguir a Cristo diariamente, sem esforço – está reservado apenas para uns poucos que têm sorte?
Parece que a vida cristã normal não é uma vida de novos desejos, porém uma batalha constante contra os velhos desejos. Uma vida na qual aumenta a insatisfação com nossa incapacidade de “sermos cristãos”. No entanto, continuam nos dizendo que somos uma nova criatura. Como podemos ser nascidos de novo, novas criaturas com o nosso velho homem crucificado com Cristo e, no entanto, continuar lutando com os hábitos, fracassos, pecados, depressões e frustrações do passado? Será que a nossa luta revela que há algo errado conosco ou com a nossa conversão? Será que a luta significa que precisamos de mais alguma coisa? Será que nos falta uma determinada “experiência espiritual”? Será que realmente nos entregamos? Será que estamos gastando tempo suficiente na Palavra?
Pois anime-se! A luta revela que algo está certo em você! Ela prova que você é uma nova criatura com um novo desejo! A luta é a prova que você nasceu de novo! Louve a Deus pela sua luta! Permita-me explicar isso.
Encontrei-me com um pequeno grupo de homens de várias denominações, e abri a reunião com uma pergunta. “Você se sentiria à vontade usando um vestido, saltos altos, meias de nylon e perucas por uma semana? E se você não tivesse escolha?” Brincando, informei-os de que abriria a minha agenda para sessões de discipulado, caso algum deles se sentisse à vontade em roupas de mulher. Contudo, todos os homens concordaram que se sentiriam desconfortáveis... muito desconfortáveis! Por quê? As mulheres deles ficavam à vontade naquelas roupas. A resposta era na realidade bem simples. Vestir roupas de mulher quando se é homem, vai contra a natureza masculina. Seria uma luta e criaria um grande desconforto. O fato é que nós aprendemos muito mais sobre nossa natureza quando lutamos contra alguma coisa do que pelas nossas vitórias. A luta contra a tentação diz mais sobre nossa natureza do que aquilo que fazemos diariamente sem pensar nela.
Permita-me perguntar uma coisa. Antes de aceitar a Cristo como Salvador, você lutava contra imoralidade, mentira, engano ou calmantes, ou essas coisas eram bem naturais para você? Antes de me tornar cristão, a maior luta que eu tinha, no que se referia ao pecado, era o pensamento recorrente de que talvez não pudesse continuar fazendo aquelas coisas. Depois que Cristo entrou na minha vida, comecei a lutar contra aquilo que anteriormente era perfeitamente natural para mim. A luta revelou uma mudança. Na realidade, a profundidade da conversão é revelada pela intensidade das lutas. Muitos afirmam que a prova da conversão vem na forma relativa de sentimentos, vozes e milagres. Entretanto, por ser freqüentemente negligenciada como padrão absoluto para a conversão e a entrega, a luta é exatamente aquilo que prova que ela ocorreu.
Você consegue saber o quanto a sua natureza mudou se olhar para suas lutas. A maioria, contudo, acredita que se tiveram que lutar desde o novo nascimento, é prova positiva de que algo está errado com eles. A luta revela que algo está certo com você, que você foi mudado.
A jornada de meio metro.
Conscientizar-se de que a luta revela o que está certo dentro de nós, é uma jornada dupla. A primeira parte da jornada geralmente leva mais tempo. É a viagem de meio metro, da cabeça ao coração. A segunda jornada vai do coração aos pés.
A primeira jornada vem pela revelação. Deus – e somente Ele – precisa pegar aquilo que sabemos e torná-lo em algo que cremos. Nossa falta de fé é o obstáculo em todo ensino. Freqüentemente temos o conceito enganoso (graças à árvore do conhecimento do bem e do mal) de que entendimento é igual à mudança. Contudo, essa lógica perde o crédito quando vemos que a humanidade entende que os seus caminhos estão errados, porém continua neles. Saber é o mesmo que fazer quando a fé liga os dois. Ouço com freqüência que a Bíblia é o manual da vida. E isso é uma grande verdade! Contudo a maioria dos cristãos já sabe muito mais sobre as Escrituras do que consegue praticar. Será que memorizar muitos versículos bíblicos (o que seria uma grande obra) é melhor do que viver um versículo que já conhecemos (um pequeno ato de fé)? O ponto em que a maioria dos cristãos fica paralizado no que se refere ao cumprimento das promessas de Deus é que eles sabem, mas não crêem. Saber e crer é revelação. Significa luz com poder e confiança, pois Jesus é tanto o mestre quanto o poder do céu.
Para quem tem fé, aceitar a Cristo não é apenas uma promessa de, mas é tornar-se algo que ele nunca foi anteriormente: um filho de Deus. Quem crê agora tem uma nova natureza, identidade e vida como uma nova pessoa com novos desejos. A vida de Cristo é agora a vida dela (Colossenses 3:4). Ela está morta para o pecado. Ela tem poder sobre o pecado, Satanás e o mundo, pois ela tem poder de ressurreição. O céu não existe apenas no futuro. O céu é o Reino de Deus dentro dela.
Isso é verdade, quer você acredite ou não. Não posso prová-lo para você, mas você pode provar para si mesmo. Como? A sua luta é a prova! Aquilo contra o qual você luta prova a sua verdadeira natureza. A luta é o botão da flor, que é a profecia do desabrochar e do fruto que virá. Mas primeiro vem a luta. A vida abundante não acaba na luta, mas começa com ela. Durante todo o tempo, através da sua infelicidade, Deus vem falando: “Meu filho, o pecado não serve mais para você. Você não é mais feito para o pecado; você é algo novo. Seu desejo não é mais para o pecado e a sua luta contra o pecado prova isso.” Aleluia!! Você não é alguém que “nunca vai mudar”! Pode crer que ja é algo novo!
Eu amo Jesus. Uma razão importante para esta afirmação é que Jesus tem constantemente ministrado para o meu desejo, e não para meu comportamento. Meu comportamento tem sido com freqüência desastroso, mas ainda posso dizer honestamente que o desejo do meu coração permaneceu constante através dos anos. Quando Jesus encontrou a mulher no poço, os discípulos não queriam saber dela. Acreditavam que a mulher “não tinha jeito”. Eles a avaliaram pelo seu estilo de vida. No entanto, Jesus enxergou além do comportamento . Ele viu o desejo da mulher, reconheceu que ela era a mulher que levaria a mensagem da salvação para Samaria, e lidou com ela como se assim fosse. O desejo dela deve ter sido de servir a Deus. Muitos olhavam para o comportamento dos fariseus e acreditavam que eles eram santos. Contudo, Jesus mais uma vez olhou para além do comportamento – para o desejo – e os chamou de “sepulcros caiados. . . cheios de ossos de mortos” (Mateus 23:27). Desejo significa mais que comportamento. Há muitas ilustrações nas Escrituras que confirmam isso: de Abraão a Pedro vemos o desejo impelindo os corações dos que creram e formando a base da obra contínua de Deus na vida deles, apesar das regressões no comportamento.
No meu ministério de discipulado pessoal, oro constantemente para que Deus revele o desejo da pessoa com quem estou falando. Tem sido um absoluto que, se o desejo dela for para o Senhor, este desejo correto trará ao cristão a experiência de libertação que já foi dada no dia da salvação.
Isso nos leva à questão mais importante. Como podemos saber se temos o desejo certo em nossas vidas, necessário para que o trabalho continuado de Deus nos leve para além do comportamento que nos torna infelizes? A resposta é: as lutas. Aquilo com que lutamos revela não apenas a existência de uma nova natureza, mas também o novo desejo que veio com ela.
Uma mulher estava incomodada com seu ciúme obsessivo; um homem estava incomodado com seu apetite por pornografia; um pai com a rejeição a seus filhos; um pastor com sua amargura; um jovem com a mentira que havia contado; uma mãe com o aborto que havia feito; um empregado com um furto; um pai com seu vício nas drogas; um ancião com desejos sexuais; e um missionário, com a sua inatividade. Todos estavam chateados, sentindo-se idiotas, tolos, envergonhados e desconfortáveis. Por quê? Ninguém sabia desses insucessos deles, pois fui o primeiro a escutar isso deles. Por que estavam todos atormentados? Porque possuem novas naturezas! O comportamento deles não combinava mais com eles; eles não foram feitos para esse comportamento e a luta revela a verdadeira profundidade da conversão deles.
Isso nos trás à segunda jornada: permitir que a revelação se mova até os nossos pés. Não por obras mortas, tentativas vãs de ser santo, ou tentar ganhar a aceitação de Deus através da melhora do comportamento, mas pela ação que a fé sempre traz. O cristão pode levantar-se todas as manhãs e pensar no seu pecado, no insucesso, no passado, nas preocupações, nos medos, na depressão, na ansiedade, na ira, e em todas as outras obras da carne, e simplesmente dizer “Eu poderia fazer todas essas coisas hoje e saber que ainda assim iria para o céu, mas elas simplesmente não servem mais para mim”.
Eu estava parado num aeroporto em Londres com vários homens de negócio, quando uma jovem mulher passou por nós coberta apenas com trajes muito parcimoniosos. A maioria dos homens tinha algo a dizer depois que a mulher passou. Um deles, na verdade, virou-se para mim e perguntou: “Você gostaria de passar a noite com ela?” Comentei que a mulher era atraente, porém “aquilo não combinaria comigo”. Aquilo não me faria feliz; não elevaria o meu espírito; e tal comportamento iria contra a minha natureza, tornando-me infeliz e inquieto no final. E continuei me sentindo muito à vontade e feliz.
A vida cristã – a vida de Cristo – combina com os cristãos. Fomos feitos para ela. A luta vem de alguma coisa fora Dele, e é um lembrete suave de que não somos mais feitos para os desejos dos olhos, os desejos da carne, ou o orgulho jactancioso da vida.
Nós, cristãos, fomos feitos para um mundo criado por Deus. Ele fez tudo o que nós sentimos, vemos, tocamos, saboreamos e experimentamos. Ele fez Seus filhos para viverem neste mundo. Não estamos em atrito constante para sair do mundo. Nós somos donos dele, nós o herdamos, podemos nos mover nele e vencê-lo. Quando andamos em nossa nova natureza com a vida de Cristo dentro de nós, até mesmo as flores parecem nos animar a seguir pelo nosso caminho. Aqueles que não nasceram de novo tem tudo contra eles. A vida cristã é a vida mais natural. Ela precisa ser natural, pois estamos em Cristo, Cristo está em nós, e todo o mundo é mantido inteiro por Ele. Se algo é não-cristão, é ao mesmo tempo não-natural. O viver cristão é um viver natural. Não precisamos prová-lo, pois a própria vida o prova para nós diariamente.
Parece que a vida cristã normal não é uma vida de novos desejos, porém uma batalha constante contra os velhos desejos. Uma vida na qual aumenta a insatisfação com nossa incapacidade de “sermos cristãos”. No entanto, continuam nos dizendo que somos uma nova criatura. Como podemos ser nascidos de novo, novas criaturas com o nosso velho homem crucificado com Cristo e, no entanto, continuar lutando com os hábitos, fracassos, pecados, depressões e frustrações do passado? Será que a nossa luta revela que há algo errado conosco ou com a nossa conversão? Será que a luta significa que precisamos de mais alguma coisa? Será que nos falta uma determinada “experiência espiritual”? Será que realmente nos entregamos? Será que estamos gastando tempo suficiente na Palavra?
Pois anime-se! A luta revela que algo está certo em você! Ela prova que você é uma nova criatura com um novo desejo! A luta é a prova que você nasceu de novo! Louve a Deus pela sua luta! Permita-me explicar isso.
Encontrei-me com um pequeno grupo de homens de várias denominações, e abri a reunião com uma pergunta. “Você se sentiria à vontade usando um vestido, saltos altos, meias de nylon e perucas por uma semana? E se você não tivesse escolha?” Brincando, informei-os de que abriria a minha agenda para sessões de discipulado, caso algum deles se sentisse à vontade em roupas de mulher. Contudo, todos os homens concordaram que se sentiriam desconfortáveis... muito desconfortáveis! Por quê? As mulheres deles ficavam à vontade naquelas roupas. A resposta era na realidade bem simples. Vestir roupas de mulher quando se é homem, vai contra a natureza masculina. Seria uma luta e criaria um grande desconforto. O fato é que nós aprendemos muito mais sobre nossa natureza quando lutamos contra alguma coisa do que pelas nossas vitórias. A luta contra a tentação diz mais sobre nossa natureza do que aquilo que fazemos diariamente sem pensar nela.
Permita-me perguntar uma coisa. Antes de aceitar a Cristo como Salvador, você lutava contra imoralidade, mentira, engano ou calmantes, ou essas coisas eram bem naturais para você? Antes de me tornar cristão, a maior luta que eu tinha, no que se referia ao pecado, era o pensamento recorrente de que talvez não pudesse continuar fazendo aquelas coisas. Depois que Cristo entrou na minha vida, comecei a lutar contra aquilo que anteriormente era perfeitamente natural para mim. A luta revelou uma mudança. Na realidade, a profundidade da conversão é revelada pela intensidade das lutas. Muitos afirmam que a prova da conversão vem na forma relativa de sentimentos, vozes e milagres. Entretanto, por ser freqüentemente negligenciada como padrão absoluto para a conversão e a entrega, a luta é exatamente aquilo que prova que ela ocorreu.
Você consegue saber o quanto a sua natureza mudou se olhar para suas lutas. A maioria, contudo, acredita que se tiveram que lutar desde o novo nascimento, é prova positiva de que algo está errado com eles. A luta revela que algo está certo com você, que você foi mudado.
A jornada de meio metro.
Conscientizar-se de que a luta revela o que está certo dentro de nós, é uma jornada dupla. A primeira parte da jornada geralmente leva mais tempo. É a viagem de meio metro, da cabeça ao coração. A segunda jornada vai do coração aos pés.
A primeira jornada vem pela revelação. Deus – e somente Ele – precisa pegar aquilo que sabemos e torná-lo em algo que cremos. Nossa falta de fé é o obstáculo em todo ensino. Freqüentemente temos o conceito enganoso (graças à árvore do conhecimento do bem e do mal) de que entendimento é igual à mudança. Contudo, essa lógica perde o crédito quando vemos que a humanidade entende que os seus caminhos estão errados, porém continua neles. Saber é o mesmo que fazer quando a fé liga os dois. Ouço com freqüência que a Bíblia é o manual da vida. E isso é uma grande verdade! Contudo a maioria dos cristãos já sabe muito mais sobre as Escrituras do que consegue praticar. Será que memorizar muitos versículos bíblicos (o que seria uma grande obra) é melhor do que viver um versículo que já conhecemos (um pequeno ato de fé)? O ponto em que a maioria dos cristãos fica paralizado no que se refere ao cumprimento das promessas de Deus é que eles sabem, mas não crêem. Saber e crer é revelação. Significa luz com poder e confiança, pois Jesus é tanto o mestre quanto o poder do céu.
Para quem tem fé, aceitar a Cristo não é apenas uma promessa de, mas é tornar-se algo que ele nunca foi anteriormente: um filho de Deus. Quem crê agora tem uma nova natureza, identidade e vida como uma nova pessoa com novos desejos. A vida de Cristo é agora a vida dela (Colossenses 3:4). Ela está morta para o pecado. Ela tem poder sobre o pecado, Satanás e o mundo, pois ela tem poder de ressurreição. O céu não existe apenas no futuro. O céu é o Reino de Deus dentro dela.
Isso é verdade, quer você acredite ou não. Não posso prová-lo para você, mas você pode provar para si mesmo. Como? A sua luta é a prova! Aquilo contra o qual você luta prova a sua verdadeira natureza. A luta é o botão da flor, que é a profecia do desabrochar e do fruto que virá. Mas primeiro vem a luta. A vida abundante não acaba na luta, mas começa com ela. Durante todo o tempo, através da sua infelicidade, Deus vem falando: “Meu filho, o pecado não serve mais para você. Você não é mais feito para o pecado; você é algo novo. Seu desejo não é mais para o pecado e a sua luta contra o pecado prova isso.” Aleluia!! Você não é alguém que “nunca vai mudar”! Pode crer que ja é algo novo!
Eu amo Jesus. Uma razão importante para esta afirmação é que Jesus tem constantemente ministrado para o meu desejo, e não para meu comportamento. Meu comportamento tem sido com freqüência desastroso, mas ainda posso dizer honestamente que o desejo do meu coração permaneceu constante através dos anos. Quando Jesus encontrou a mulher no poço, os discípulos não queriam saber dela. Acreditavam que a mulher “não tinha jeito”. Eles a avaliaram pelo seu estilo de vida. No entanto, Jesus enxergou além do comportamento . Ele viu o desejo da mulher, reconheceu que ela era a mulher que levaria a mensagem da salvação para Samaria, e lidou com ela como se assim fosse. O desejo dela deve ter sido de servir a Deus. Muitos olhavam para o comportamento dos fariseus e acreditavam que eles eram santos. Contudo, Jesus mais uma vez olhou para além do comportamento – para o desejo – e os chamou de “sepulcros caiados. . . cheios de ossos de mortos” (Mateus 23:27). Desejo significa mais que comportamento. Há muitas ilustrações nas Escrituras que confirmam isso: de Abraão a Pedro vemos o desejo impelindo os corações dos que creram e formando a base da obra contínua de Deus na vida deles, apesar das regressões no comportamento.
No meu ministério de discipulado pessoal, oro constantemente para que Deus revele o desejo da pessoa com quem estou falando. Tem sido um absoluto que, se o desejo dela for para o Senhor, este desejo correto trará ao cristão a experiência de libertação que já foi dada no dia da salvação.
Isso nos leva à questão mais importante. Como podemos saber se temos o desejo certo em nossas vidas, necessário para que o trabalho continuado de Deus nos leve para além do comportamento que nos torna infelizes? A resposta é: as lutas. Aquilo com que lutamos revela não apenas a existência de uma nova natureza, mas também o novo desejo que veio com ela.
Uma mulher estava incomodada com seu ciúme obsessivo; um homem estava incomodado com seu apetite por pornografia; um pai com a rejeição a seus filhos; um pastor com sua amargura; um jovem com a mentira que havia contado; uma mãe com o aborto que havia feito; um empregado com um furto; um pai com seu vício nas drogas; um ancião com desejos sexuais; e um missionário, com a sua inatividade. Todos estavam chateados, sentindo-se idiotas, tolos, envergonhados e desconfortáveis. Por quê? Ninguém sabia desses insucessos deles, pois fui o primeiro a escutar isso deles. Por que estavam todos atormentados? Porque possuem novas naturezas! O comportamento deles não combinava mais com eles; eles não foram feitos para esse comportamento e a luta revela a verdadeira profundidade da conversão deles.
Isso nos trás à segunda jornada: permitir que a revelação se mova até os nossos pés. Não por obras mortas, tentativas vãs de ser santo, ou tentar ganhar a aceitação de Deus através da melhora do comportamento, mas pela ação que a fé sempre traz. O cristão pode levantar-se todas as manhãs e pensar no seu pecado, no insucesso, no passado, nas preocupações, nos medos, na depressão, na ansiedade, na ira, e em todas as outras obras da carne, e simplesmente dizer “Eu poderia fazer todas essas coisas hoje e saber que ainda assim iria para o céu, mas elas simplesmente não servem mais para mim”.
Eu estava parado num aeroporto em Londres com vários homens de negócio, quando uma jovem mulher passou por nós coberta apenas com trajes muito parcimoniosos. A maioria dos homens tinha algo a dizer depois que a mulher passou. Um deles, na verdade, virou-se para mim e perguntou: “Você gostaria de passar a noite com ela?” Comentei que a mulher era atraente, porém “aquilo não combinaria comigo”. Aquilo não me faria feliz; não elevaria o meu espírito; e tal comportamento iria contra a minha natureza, tornando-me infeliz e inquieto no final. E continuei me sentindo muito à vontade e feliz.
A vida cristã – a vida de Cristo – combina com os cristãos. Fomos feitos para ela. A luta vem de alguma coisa fora Dele, e é um lembrete suave de que não somos mais feitos para os desejos dos olhos, os desejos da carne, ou o orgulho jactancioso da vida.
Nós, cristãos, fomos feitos para um mundo criado por Deus. Ele fez tudo o que nós sentimos, vemos, tocamos, saboreamos e experimentamos. Ele fez Seus filhos para viverem neste mundo. Não estamos em atrito constante para sair do mundo. Nós somos donos dele, nós o herdamos, podemos nos mover nele e vencê-lo. Quando andamos em nossa nova natureza com a vida de Cristo dentro de nós, até mesmo as flores parecem nos animar a seguir pelo nosso caminho. Aqueles que não nasceram de novo tem tudo contra eles. A vida cristã é a vida mais natural. Ela precisa ser natural, pois estamos em Cristo, Cristo está em nós, e todo o mundo é mantido inteiro por Ele. Se algo é não-cristão, é ao mesmo tempo não-natural. O viver cristão é um viver natural. Não precisamos prová-lo, pois a própria vida o prova para nós diariamente.
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