quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Ele quebrou todas as promessas

Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma. (João 15:5)

Conheço um homem que quebrou todas as suas promessas. Prometeu que não fumaria mais, e fumou; que não mentiria mais e mentiu; que não brigaria mais e brigou; que não comeria demais e comeu. Prometeu que seria fiel a Deus, e não foi; que passaria tempo com Ele todos os dias, e não passou; que leria a Sua palavra diariamente, e não leu; que iria à igreja todos os domingos, e não foi; que O buscaria em todas as ocasiões, e não buscou. Que sempre amaria a sua esposa, e não amou. Que apascentaria suas ovelhas e não apascentou. E por aí afora, numa longa lista de promessas quebradas. Conheço esse homem intimamente, pois ele nasceu no mesmo dia que eu, passou pelas mesmas coisas que passei, casou com a mesma mulher e tem os mesmos filhos. E tem o meu nome.

Depois de quebrar tantas promessas e ficar frustrado comigo pela incapacidade de vencer a minha humanidade, finalmente consegui reconhecer que não consigo viver esta vida cristã. Reconheci que buscava a minha própria justiça. E então me arrependo cada vez que faço promessas, pois sei que não as consigo cumprir se Ele não o fizer em mim. Se Ele não for a minha justiça. E assim reconheço que não há mais condenação para mim, apenas um grande amor, pois fui enxertado e permaneço dele. Há uma nova vida em mim, diferente daquela que há na minha humanidade. Aquela vida não me serve mais, pois era a causa das minhas frustrações.

Quando desisto da minha justiça e convido a justiça Dele para fluir em mim, começo a cumprir as promessas que Ele faz. Quando fecho a porta para a seiva da Videira, voltam os fracassos e a frustração. Basta voltar a reconhecer que sem Ele nada posso fazer.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Cristianismo não é uma religião.

Respondeu Jesus: “’Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’ (Mateus 22:37-39)


Muitos cristãos ficam frustradas com sua vida por acreditarem que cristianismo é uma religião e tentarem vivê-lo dessa maneira. Religiões são feitas de regras e preceitos. Parecidas com aquilo que encontramos em livros de auto-ajuda: “Os nove hábitos das pessoas de sucesso”; “Como fazer amigos e influenciar inimigos”; etc., onde recebemos receitas. Lemos os livros, gostamos dos princípios (que geralmente são bons), nos esforçamos para fazê-los, conseguimos fazer algumas das coisas sugeridas, mas acabamos frustrados porque parece que deixaram de nos contar o pulo do gato. É como aquele bolo gostoso que a mamãe sempre fazia, cuja receita recebemos de herança, mas quando tentamos fazer o bolo ele nunca sai como o da mamãe. Até que venha o próximo livro de auto-ajuda e a nossa esperança se reacende.

Há centenas ou talvez milhares de religiões – se contarmos as pequenas diferenças entre cada uma. Mas há somente um cristianismo, pois cristianismo não é uma religião, mas relacionamentos de nós como nosso Deus, com nós mesmos e com os outros. Todo o Velho Testamento se resume nisso: amar o Senhor teu Deus, amar o próximo como amamos a nós mesmos. Amor é relacionamento, e não religião. Cristianismo, portanto, é nos relacionarmos com o nosso Deus e, assim como nos relacionamos com nós mesmos, também fazê-lo com os outros.

Mas quando acreditamos que cristianismo é uma religião, e tentamos fazer coisas para sermos aceitos por Deus, acabamos frustrados, pois parece que nunca fazemos o suficiente. E assim, o relacionamento com Deus se torna um peso. Certa vez, uma linda solteira veio se aconselhar e disse, frustrada: “Não sei mais o que fazer para Deus me dar um marido. Eu faço tudo por Ele. Vou à igreja todos os domingos, participo do coro, ajudo os cegos, só escuto música gospel, leio apenas livros cristãos, abandonei minhas amigas do passado com as quais bebia, fumava e me envolvia com homens, mas Ele não me dá um marido.” A esperança dela estava em fazer tudo certo para ganhar aquilo que queria.

Por outro lado, quando entendo que é um relacionamento, reconheço aquilo que Ele faz por mim, que Ele me ama independentemente do meu comportamento, já me perdoou dele, e posso amar a mim mesmo por causa do sangue de Jesus (“nenhuma condenação há para os que estão Nele”), e reconheço que permaneço Nele porque é Ele quem me mantém enxertado (“de maneira alguma os lançarei fora”). Ao reconhecer o que Ele faz por mim, eu O amo por isso.

Ao deixar de lado a minha justiça própria (“eu me comporto da maneira certa, o meu vizinho não”) posso amar ao vizinho não-cristão, pois não única diferença entre ele e eu é Jesus em mim. Posso deixar Jesus fluir de dentro de mim e esparramar-se para os outros. Pois não há nada que a intimidade com Jesus não vença.

Quando descobrimos todo o amor, a segurança e o valor que vem do relacionamento com Jesus Cristo não queremos outra coisa : Ele é suficiente.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A carne é hostil: até mesmo a carne de uma criança!

(de Mike Wells)

O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito. (João 3:6)

Realmente não fui aquilo que se pode chamar de boa criança! Como adolescente, fui pior ainda. Os meus primeiros tempos na faculdade não valem sequer ser mencionados, pelos muitos erros e tantas outras coisas que eu gostaria de ter feito diferente. E paro por aí com o meu passado. Não vale a pena entrar em detalhes. Carne é carne.

Não sei o que eu tinha na cabeça, mas por algum motivo acreditava, no fundo da minha mente, que eu poderia impedir minhas crianças de fazerem o que eu fazia ou se tornarem parecidos comigo. Penso que em algum lugar do ensino cristão que recebi, me foi dito veladamente que os meus filhos não tinham carne. Portanto, decidi corrigir neles tudo aquilo que nunca fui capaz de corrigir em mim mesmo. Vocês podem imaginar como foi duro descobrir que eles faziam as mesmas coisas. Pois é, assim seja.

Deus tem sido fiel. Tenho filhos maravilhos, e todos eles têm carne. Em um dia qualquer eles anda com Ele ou não. Se não andam, isso fica visível. Se andam, também. No entanto, até hoje eu ainda gostaria de corrigir a carne deles. Este é um pensamento impressionante, pois jamais consegui melhorar a minha própria carne, durante os quase trinta anos de vida em Cristo. Quando não reconheço que estou Nele, descubro que ainda ando nos mesmos padrões carnais. Creio que isso não se aplica aos meus filhos. Continuo enfatizando, veladamente e abertamente, que certos comportamentos e atitudes podem ser mudados com a própria força deles. Ensino uma coisa e demonstro outra bem diferente.

Muitas pessoas tendem a cair nesta mesma armadilhas com as pessoas mais próximas a eles. Em trinta anos eu não precisava aprender a mudar a carne, mas necessitava aprender que não conseguia mudá-la e que necessito Dele em todos os momentos de cada dia. Meus filhos vão aprender a mesma coisa, do mesmo modo. Como pai, as perguntas certas são “O meu Deus é suficientemente grande? Ele necessita da minha ajuda? Ele será fiel em mostrar a eles a revelação sobre as mudanças?” Creio que sim. E descanso. Páro de me condenar. E de me preocupar, pois o meu Deus é suficientemente grande.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Vida Plena!
(de Mike Wells)

O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente. (João 10:10)

Se você quiser mover uma grande rocha e tiver apenas uma alavança de aço, será quase impossível fazê-lo. Mas eis um segredo! Coloque uma pequena pedra sob a alavanca, criando um ponto de apoio, e você conseguirá movê-la. Parece impossível que uma pequena pedra possa fazer a diferença. Mas é isso que o ponto de apoio faz. Permite que um objeto menor mova um objeto maior com pouco esforço.

O seu orgulho é o ponto de apoio, a pedra que uma pessoa pequena, fraca, carnal usará para mover você. Perca o seu orgulho e ninguém moverá você. Se ninguém conseguir mover você, será movido apenas por Jesus. E se for movido apenas por Jesus, terá a vida abundante, a vida plena. Quando uma pessoa pequena conseque mover você, a vida não é abundante. Portanto, adone-se da verdade e admita tudo. Não defenda nada. Quando for acusado e não tiver feito nada, diga-o. E depois, conte para a pessoa algo ainda pior sobre você. Eu lhe garanto que ela não saberá como lidar com você, pois estava contando com o seu orgulho como ponto de apoio.
Acusaram-me de não ser santo. A minha resposta foi “Minha santidade vem de Jesus, tenho apenas a Dele. Nunca tive santidade. Mas acredito que você está buscando encontrar algo em mim para me desacreditar. Quero lhe confessar algo: na noite passada eu estava deitado na cama pensando em matar aqueles funcionários do aeroporto que roubaram a minha bagagem. Lutei para levar esse pensamento cativo a Jesus. Finalmente consegui. Pronto, agora você tem aquilo que estava buscando”. O homem simplesmente ficou olhando para mim. Não sabia o que dizer.

Quando lhe acusarem de ser burro, admita-o. Se não fez aquilo do qual é acusado, conte-lhes uma grande burrice que fez. E logo vai descobrir que a vida é plena. Essa é uma outra maneira de tomar a cruz e negar a si mesmo.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Ó dias felizes aqueles dias infelizes!

(de Fernando J. Korndörfer)

Os dias mais infelizes da minha vida acabaram se tornando os mais felizes, pois foi ali que eu morri mais um pouquinho e deixei Jesus viver em mim. Foran naqueles dias que aconteceram as mais importantes mudanças da minha vida.

Obrigado, Senhor, por aqueles dias! E também pelos que ainda virão.

“ pois todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”.

domingo, 30 de março de 2008

(Fernando Korndorfer, março 2008)

Estou traduzindo um livro sobre o Salmo 23. Quero compartilhar com vocês um pequeno trecho, de autoria de Brennan Manning, que expressa exatamente aquilo que aconteceu comigo há anos atrás e meu coração de alegria, ao ver que Deus se expressa também aos outros como se expressou a mim.

Quando estou em comunhão consciente com a realidade do amor selvagem, apaixonado, inexorável, obstinado, insistente e gentil de Deus por mim, então não se trata de eu ter que, ou precisar, ou ser obrigado, ou dever mudar; repentinamente, eu quero mudar porque sei o quão profundamente sou amado.

Um dos resultados extraordinários da minha conscientização do amor impressionante de Deus por mim do jeito que eu sou, é liberdade de não ser aquilo que eu deveria ser, ou aquilo que os outros querem que eu seja. Posso ser quem realmente sou. E sou um amontoado de paradoxos e contradições: eu creio e duvido, confio e perco a esperança, amo e odeio, sinto-me mal por estar me sentindo bem, sinto-me culpado se não me sentir culpado. Aristóteles dizia que somos animais racionais. Eu digo que sou um anjo com uma capacidade incrível de beber cerveja.

Deus ama o meu eu real. Não necessito ser outra pessoa. Durante 20 anos tentei ser a Madre Teresa. Tentei ser Francisco de Assis. Tinha que ser uma cópia de algum grande santo em vez do eu original que Deus quer que eu seja. O maior erro que posso fazer é dizer para Deus “Senhor, se eu mudar, você me amará, não é?” A resposta de Deus é sempre a mesma: “Um momentinho, você entendeu tudo errado. Você não precisa mudar para que eu o ame; eu o amo afim de que você mude.”

Simplesmente me exponho ao amor que tudo é, e tenho uma confiança imensa, inabalável, despreocupada, intensa de que Deus me ama tanto que vai me mudar e moldar no filho que ele sempre queria que eu fosse.


Em outras palavras, posso me amar como sou, porque Deus me ama assim. Posso descansar das minhas obras para mudar, pois é Ele quem me muda. E, desse modo, é Ele quem recebe a glória, e não eu.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Um cristão não consegue pecar


(do original A Christian Cannot Sin, de Mike Wells)

Eu realmente gosto de I João, por ser o grande livro do permanecer em Cristo. Quando estamos Nele, veremos exatamente Jesus fluindo através de nós. Se não estivermos Nele, fracassaremos. Haverá ocasiões em que não estaremos permanecendo, e nessas ocasiões Ele é maior que o nosso pecado. Enquanto permanecemos, Sua unção está nos ensinando; na realidade, não precisaremos de nenhum professor (1 João 2:27).

Na verdade, nos meus aconselhamentos, nunca falei nada que surpreendesse muito alguém que está permanecendo em Cristo. Aqueles que nasceram de Deus não conseguem pecar (1 João 3:9)!! Você peca? Será que isso significa que você não é nascido de Deus? Não! Deixe-me explicar, pois essa passagem já fez tropeçar muitos crentes. Como cristão você não consegue pecar; isso é um fato. Mas você não acredita em mim. Bem, então deixe-me explicar de outro modo.

Eu digo para um menino de cinco anos: "Você não sabe dirigir um caminhão". Estou falando a verdade? Sim! Ele não sabe dirigir um caminhão. Mais tarde, o menino entra no caminhão, coloca a chave, dá partida, e move o caminhão até que ele bata numa árvore. Agora você já está pronto para admitir que o menino sabe dirigir? Não! Mesmo que ele estivesse girando a direção, dando a partida e acelerando o caminhão, todos nós concordamos que isso não é dirigir. Ele não vai receber uma carteira de motorista. Do mesmo modo, o cristão não consegue pecar. É claro que ele consegue se sentar no assento do motorista, mas ele não consegue ir a lugar algum com isso. Ele não vai fazer nada direito e nós não lhe daremos uma carteira ao verificarmos que ele é um pecador.

Uma mulher me contou que estava pensando em ter um caso, em se tornar adúltera. Eu exclamei: "Você não vai conseguir!" Ela quis saber: "Quem vai me impedir?" Expliquei que eu não iria impedi-la, mas a semente da vida nela, Jesus, nunca a deixaria se tornar adúltera. "Você pode até realizar todos os atos, mas não vai conseguir sua carteirinha de adúltera. Você nunca vai se sentir bem fazendo isso. Você não vai conseguir. Sabem que ela começou a andar por aquela estrada e acabou retornando? A vida exterior dela não conseguia resistir a Cristo que estava dentro dela. A luta revela que você não consegue pecar. É horrível quando o nosso próprio coração nos condena. Um dia você acorda e descobre que simplesmente não vale a pena. E então descobre que Ele é maior do que o seu coração. Maravilhoso!.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Odiando a nós mesmos!


(do original Hating Ourselves, da Abiding Life Ministries)
"Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva". ( João 7:38)

Jesus sabia quem Ele era, de onde veio, para onde iria, quem era Seu pai, e que todos os seus amigos iam negá-lo. E qual foi Sua reação? Pegou uma toalha e lavou os pés dos discípulos! O comportamento dos outros não determinava as ações Dele. Essa é a verdadeira liberdade: estar livre das ações dos outros. Quantos de nós têm as suas ações pré-determinadas por outros e, na realidade, não estão vivendo a vida, mas apenas reagindo a ela?

Tendo nascido fisicamente aqui embaixo, nossa vida centraliza-se inicialmente nas coisas da terra. Buscamos atender nossos desejos espirituais nas outras pessoas (desejos que apenas Deus pode atender), tais como a certeza de valorização, aceitação, segurança, amor e comprometimento. E então descobrimos que essas outras pessoas querem que nós atendamos primeiro as necessidades delas. Nós somos, como disse uma senhora numa conferência – duas pulgas sem cachorro! Daí ficamos com raiva e amargurados com nossos cônjuges, amigos, pastores ou filhos. No entanto, a raiva não pára por aí. Começamos a nos odiar por precisar do amor e aceitação dos outros para poder continuar a viver. Detestamos que o nosso humor seja controlado por um olhar do outro, pela palavra grossa dita sem cuidado, pela falta de interesse naquilo que fazemos e pelas referências sutis à nossa inferioridade. Enfim, nos odiamos por não sermos livres. Descobrimos que estamos sob o controle dos outros, como escravos com o chapéu na mão implorando pela cota diária de aceitação, segurança e comprometimento. Odiamos aquilo em que nos tornamos: sanguessugas emocionais. E passamos a acreditar que os outros criaram os nossos sentimentos de mal-estar e infelicidade, no entanto sabemos que não foram eles, que esses sentimentos apenas foram revelados pelas outras pessoas.

Certa vez, ao compartilhar essa idéia de procurar um gole de água num poço seco, um dos irmãos me deu um pensamento devocional tirado da sua Bíblia Oswald Chambers. Achei que ele combinava muito bem com essa idéia. Ele dizia o seguinte:
A maioria do sofrimento humano vem da recusa em ficar desiludido. Por exemplo, se amo um ser humano e não amo a Deus, exijo desse homem ou dessa mulher uma satisfação infinita que ele/ela não pode dar. Exijo que sejam perfeitos em tudo e que ajam corretamente, e quando não obtenho isso dele/dela, me torno cruel, vingativo e ciumento.
Pense na vida de casado depois de, digamos, cinco ou dez anos. Com muita freqüência, ela se tornou uma vida penosa ou enfadonha. A razão é que o marido e/ou a mulher não conhecem a Deus corretamente, não passaram pela transfiguração do amor, nem passaram pela disciplina da desilusão para entrar na satisfação em Deus, e, conseqüentemente, começaram apenas a agüentar um ao outro em vez de ter um ao outro para satisfação em Deus. O ser humano precisa de satisfação, mas existe apenas um ser que consegue satisfazer o mais profundo e doloroso vazio do coração humano, e ele é o nosso Senhor, Jesus Cristo.
É por isso que Ele é aparentemente tão severo com relação a todos os relacionamentos humanos. Ele diz que, se quisermos ser Seus discípulos, haverá ocasião em que precisamos odiar aos nossos pais e todos os laços profundos que tivermos. Nosso Senhor não tem ilusões sobre o homem, e Ele sabe que todos os relacionamentos da vida que não estiverem baseados na lealdade a Ele, acabarão em fracasso.
Você está tentando beber de um poço sem água para matar a sede do seu homem interior? Você espera implorando do seu chefe, seu cônjuge, ou seus pais que lhe dêem algo que eles não têm para dar? Se for assim, então está recebendo a infelicidade que merece. O resultado final é não apenas a ira contra aqueles que fracassam em ser Deus para nós, mas também ódio contra nós mesmos por estarmos nessa situação ridícula.
Tudo a que recorremos para atender as necessidades mais profundas do ser humano torna-se um deus, ainda que falso, e no final das contas vai falhar. Atualmente vemos muita gente que fez do governo o seu deus, exigindo dele tudo aquilo que Deus daria. Como é normal na carnalidade do homem, eles egoisticamente exigem que deus (o governo) intervenha na vida de todos, menos na deles, para que os outros sejam forçados a atenderem as necessidades destes. Entretanto, nada a não ser Jesus vai atender as necessidades mais profundas do coração. Jesus atende essas necessidades e estrutura a vida numa maneira que nenhum outro consegue estruturar. Ele fez você para Ele mesmo, e é Nele que você precisa encontrar vida. A resposta, como sempre na vida cristã profunda, é para os humildes e os fracos. Aqueles que perderam a força para puxar o mundo para si mesmos, ou para se arrastarem em direção a ele, podem humildemente dizer : "Eu tenho um Deus. Seu nome é Jesus e Ele atende todas as minhas necessidades." Essa afirmação freqüentemente não é dita sem um fundo de desilusão.

Não estamos querendo ser cristãos lotéricos. Aqueles que apostam em loterias querem obter num instante aquilo que os outros obtiveram por meio de um processo. Um cristão lotérico quer ganhar o fruto e a maturidade dos homens espirituais sem passar pelo processo de falharem-lhes a doutrina, as pessoas, o cônjuge, os mestres, as vocações ou os lugares.

Deus não está criando cogumelos, mas, sim, carvalhos. Um é rápido, o outro leva uma vida inteira para crescer. Não é uma experiência agradável descobrir que o mundo não atende nossas necessidades, e isso normalmente leva algum tempo.

Um último ponto. Depois de descobrir, crer e experimentar que Jesus atende a cada necessidade do ser humano, não precisamos mais fugir do outros. Pelo contrário, somos atraídos a eles, porém com uma atitude muito diferente. Não corremos mais em direção aos outros pedindo vida, o nosso desejo agora é dar vida.

Como Permanecer

( do Original How to Abide, por Mike Wells)

Como faço para permaneçer em Cristo? A pergunta sempre chama minha atenção para o fato de que não tenho sido suficientemente claro ao apresentar a mensagem do Vida Plena. Tenho a tendência de contar todas as coisas maravilhosas referentes ao permanecer e depois deixar de fora o mais importante: "como" permanecer.

A palavra inglesa "abiding" (permanecer, ficar ali, habitar), conforme fiquei sabendo das várias traduções bíblicas, é a palavra mais difícil de definir no Novo Testamento. Na maioria das línguas não há uma palavra para descrevê-la. A melhor, a que é usada com mais freqüência, é "permanecer" e, no entanto, essa palavra é fraca no sentido de que o sucesso em "ficar Nele" é jogado sobre a minha pessoa, quando já está claro que ser enxertado na Videira foi obra do Pai. Entretanto, o ponto importante aqui é que estejamos permanecendo.

Permanecer não é algo que lutamos para fazer, mas algo que reconhecemos estar acontecendo. O mesmo acontece com todas as promessas da fé. Elas não foram dadas para que nos esforçássemos para obtê-las, mas para que as reconhecêssemos. Eu uso o exemplo de fazer caminhadas entre as montanhas e encontrar um córrego lindo. Abrimos nossas mãos e pegamos a preciosa água. Olhando para ela, gostamos tanto dela que queremos segurá-la e fechamos a mão. Ao nos esforçarmos para segurá-la, só a perdemos. O permanecer é muito parecido. Se nos esforçamos para tê-lo, só o perdemos. Portanto, na fé não existem os "como fazer". Nós aceitamos ou rejeitamos. A questão aqui não é se permanecemos, mas quais são os obstáculos para reconhecermos que já estamos permanecendo?

1. Descrença.
Novamente: se Ele nos enxertou, e nós estamos Nele, se esse é o caso, então precisamos aceitar isso e não nos esforçarmos para continuar enxertados. Nós deixamos que os acontecimentos do dia de hoje roubem a nossa fé. Esqueçemos que estamos no meio de uma gravidez espiritual. Um dia daremos à luz uma revelação maravilhosa: Cristo em nós! Assim como em qualquer gravidez, há dias bons e dias ruins. Mas, se enxergarmos o amor de Deus em tudo isso, veremos que todas as coisas cooperam para o nosso bem.

2. O permanecer é algo que acontece diariamente:
Por favor, fiquem comigo ainda que eu esteja me repetindo. Às vezes, quando falo com algum amigo, eles costumam dizer: "Lembro do dia em que escutei essa mensagem e me senti tão livre por muitos meses... mas alguma coisa aconteceu e cá estou eu de volta à estaca zero." Minha pergunta é sempre a mesma: "Você começou seu dia hoje reconhecendo que estava permanecendo?" E sempre respondem que não. Ele me quer momento a momento. É por isso que começo meu dia, todos os dias, da mesma maneira. Antes de sair da cama, reconheço que já estou permanecendo e digo o seguinte: "Jesus, o dia de hoje é um dia grande demais para um ser humano. Este dia está pedindo por uma divindade. Portanto, venha e seja o divino em mim! Venha e seja minha vida, minhas palavras, meu amor, minha vitória, minha pureza, minha ressurreição e o meu sacerdote! Venha ser em mim tudo aquilo que eu não sou hoje!"

3. O momento em que esquecemos nossa história com Ele.
A essa altura já temos uma história com o Senhor. Por acaso ele alguma vez nos abandonou? Alguma vez deixou de nos amar? Não foram todas as coisas que cooperaram para o nosso bem? Ele não é mais sábio que nós? Será que ele nos colocaria numa situação que não fosse perfeita para o nosso crescimento? Ele tem sido fiel? Na verdade, em meio ao estresse do momento, acabamos esquecendo nossa história com Ele.

4. Buracos na estrada:
Muitas vezes, quando estou discipulando alguém, começo a enxergar coisas na pessoa que precisam ser resolvidas. Entretanto, fico quieto e apenas anoto aquilo no fundo da minha mente. Por quê? Acontece que aquilo não é a coisa na qual Deus está trabalhando no momento. Tento concentrar-me naquilo em que Ele está trabalhando, pois as respostas serão o Verbo se tornando carne. Se eu for para áreas em que Ele não está trabalhando, serão apenas palavras se tornando palavras. Palavras sem poder, que apenas levam à condenação. Meu ponto é que Ele nunca pára de revelar nossa carne e nos dar respostas para ela. Simplesmente tomarmos nossa cruz e negarmos a nós mesmos. Cada semana enxergo nova carne em mim, e a resposta é a mesma: "Bem, assim seja! Obrigado, por mostrá-la para mim. Vou colocá-la na prateleira junto ao resto da minha carne e agora, quando vir que ela quer aparecer, farei uma escolha. A escolha não será para vencê-la, mas para voltar-me para Você". Os buracos na estrada existem. Eles são revelados não para desanimar você, mas para remover o problema antes que cause mais dor no coração. Cheguei no ponto em que simplesmente não sou mais feliz na carne. As coisas da carne não conseguem me fazer feliz. Isso foi uma senhora revelação! Lembre-se: o desespero é o inimigo do cristão.

5. Épocas em que Deus fica quieto.
Algumas vezes o Senhor simplesmente fica quieto. Na realidade, somos nós que estamos precisando do silêncio no momento. Acreditamos que Ele nos abandonou ou que se retirou de nós. Essas épocas nos levam ao nosso verdadeiro sistema de crenças. Será que realmente acreditamos que Ele nos abandonaria? O Deus que "amou de tal maneira" a este mundo mau? Essas épocas testam nossa fé. Há tanta coisa que podemos aprender sobre uma pessoa quando ficamos em silêncio perto dela... Quando Ele fica quieto perto de mim, digo apenas "Assim seja!" Sei que o silêncio vai testar aquilo que eu realmente creio sobre Ele, e aquilo que migrou da cabeça para o coração. Ele nunca vai me deixar ou me abandonar.

6. Lutando com a obediência:
A maior mentira que pregam ao cristão é que obedecer aos mandamentos é anti-natural. Que os mandamentos de Jesus, obedecer à Sua palavra, é algo que é imposto à natureza humana. Isso é um peso enorme! Os mandamentos são expostos, não impostos. Eles estão escritos no mais profundo do meu ser, no meu DNA. Obedecer Suas palavras é a maior alegria que existe. Quando O reconhecemos diariamente, recebemos a confirmação de que estamos permanecendo Nele, e estamos obedecendo Suas palavras porque elas não são uma carga, e então todo nosso corpo reage. Ficamos contentes e satisfeitos. Uma senhora, Madame Guyon, nos conta sobre os trabalhadores analfabetos do século 16, que faziam muitas horas-extras e voltavam para casa reanimados porque haviam descoberto este Cristo interior -- adoravam-No em seu interior por todo o dia e fixavam seus olhos Nele.

7. II Cor 3:18 nos auxilia nos passos para permanecer.
"E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito." (NVI)

Primeiro, precisamos nos aproximar de Jesus com "a face descoberta". O primeiro passo é honestidade com Deus e consigo mesmo. Simplesmente deixe cair todos os véus da face. O que isso significou para mim? Perder a minha imagem (NT.: aquelas coisas que queremos que os outros acreditem que nós somos). Parar de fingir para si mesmo. Admitir que não sou. Reconhecer as obras da minha carne. Reconhecer minha amargura, minha idiotice e o meu amor pelo mundo. Reconhecer que o meu caminho parece melhor que o Caminho. Quando fui honesto comigo mesmo e Deus, pude dizer com convicção que precisava de uma vida melhor, a vida Dele, e que estava disposto a me render à vida Dele que fluiria através de mim.

É impossível disciplinar a vida do "eu" que não tenha se rendido. Não nos entregamos. Você pode entregar seu dinheiro a um banqueiro, mas ele não pertence ao banqueiro. Contudo, se você desistir do seu dinheiro em favor do banqueiro, você o perdeu. Um "eu" rendido é um eu que perdi em favor Dele. É muito mais fácil disciplinar algo que não é seu.

Em segundo, aquilo que prende sua atenção, prende você. Devemos ter nossa atenção fixada diretamente Nele. "Refletindo a glória do Senhor". Quando nos preocupamos com nossos fracassos, nossas derrotas, nossa situação, com o que temos e não temos, e aquilo que os outros têm, seremos oprimidos, pois nem todas as coisas verdadeiras são a Verdade. Girar ao redor do nosso próprio eixo vai apenas nos enredar. Continue olhando para os seus fracassos e descobrirá que falha cada vez mais. Também não devemos olhar para os fracassos dos outros. Isso também nos tornará um fracasso. Muitas pessoas podem escrever um livro inteiro sobre os fracassos dos seus parceiros. Mas qual é o proveito? O foco prolongado no fracasso dos outros apenas tornará você um fracasso maior. Pois logo descobrirá que não consegue amar, orar ou sequer deixar fluir um pedacinho de Jesus. Na realidade, observei que muitos, ao examinarem seus parceiros, se tornam mais e mais parecidos com eles. " ... visto que você, que julga, pratica as mesmas coisas..." Isso assusta.

De qualquer modo, Jesus disse "O que lhe importa isso, siga-me!" Devemos atentar para Jesus, fixar os olhos Nele. Ele tem a palavra final sobre sua vida, em cada situação e em cada caso. Lembre que estamos sendo transformados à semelhança Dele. Você se torna naquilo em que fixa continuamente seus olhos. Ser transformado à semelhança Dele é a recompensa por me focalizar Nele. E que recompensa!! Ser transformado à semelhança da pessoa mais linda que já andou na terra. Somos transformados na Sua semelhança de um grau de glória para a glória seguinte. O cristão avança através de uma série de problemas. Ao enfrentarmos a crise, se desistirmos e nos rendermos totalmente a Ele, pararmos de depender de nós mesmos, descobriremos que Ele se junta a nós no degrau mais baixo da escada e nos carrega para cima. Em resumo, chegamos ao fundo, olhamos para Ele, e Ele vem ao nosso encontro para andarmos em outro nível com Ele. Contudo, com o passar do tempo, andando neste novo nível com Ele, nós enxergamos o contraste e de novo caímos em desespero. Aí lutamos por um tempo e então desistimos uma vez mais de nós mesmos, nos rendemos e deixamos que Ele nos leve para cima num novo nível. À medida que amadurecemos, o tempo entre o fundo e o topo torna-se cada vez mais curto. Tudo isso vem do Senhor, e não de um livro. Você não precisa merecê-lo, pois isso é um presente que Ele dá. O único requisito é que você esteja suficientemente vazio para recebê-lo, porque quando o grande Eu Sou estiver lidando com você, tudo o que Ele requer é que estejamos vazios. Saber que sou pobre; pobre nos meus próprios recursos, e o reino de Deus me pertence. Ao fazer isso, não serei impedido de reconhecer que estou permanecendo.

Em terceiro lugar, evite a percepção de si mesmo. Ficar olhando para todas as necessidades do "eu" apenas nos leva a sermos mais egoístas e focados em nós mesmos. Não há nada pior que uma pessoa que se preocupe muito consigo mesma. É a maneira mais fácil de nos tornarmos farisaicos. Contudo, se você se rende a Ele porque percebeu que não possui nada, você vai perceber a Cristo. Se o seu foco estiver realmente Nele, descobrirá coisas lindas sobre a sua nova identidade. Verá que é um filho de Deus, santo, separado para um propósito, e que Ele está incrivelmente apaixonado por você. Tudo o que falamos "vem do Senhor". Alegre-se, pois isso significa que você é um receptor. Portanto você não precisa tentar permanecer fazendo mais força, como a maioria faz o tempo todo, não reconhecendo e não recebendo. O "eu" ou o humanismo no homem quer sentir que fez algo para merecer os presentes que Deus dá tão livremente. O humanismo é o homem caído ainda tentando brincar de deus. Contudo nós rejeitamos isso e admitimos a nossa pobreza. Humildade não é dizer que não sou nada, mas dizer que não tenho nada. Diga que não tem nada e deixe que Ele encha você apertadadamente, sacudidamente e abundantemente. Ao fazer isso, você reconhecerá que está permanecendo.

Em quarto lugar, tudo isso vem do Senhor, que é o espírito! Ele é o espírito. O espírito é a representação exata de Jesus. Jesus é o modelo e o espírito está nos transformando de acordo com esse modelo. Olhe cuidadosamente para Jesus, leia tudo que puder sobre Ele, escute-O, admire-O, fique maravilhado com Ele, e lembre-se que você está sendo transformado na imagem Dele. Tudo que Ele é, sucederá a você. No entanto, muitos não ficam muito animados com isso. São pessoas divididas. Meio-salvas. A alma, assim como uma moeda de duas faces, tem dois lados: o objetivo (os fatos) e o subjetivo (a experiência). Muitos apenas aceitam os fatos objetivos sobre Jesus. Sim, eles crêem Nele e irão para o céu. Contudo, evitam as experiências de Jesus e vivem um inferno na terra.

O espírito transformará você segundo o modelo divino, através de experiências semelhantes. Ele foi rejeitado pela família Dele, as necessidades Dele não tinham importância capital, Ele amou um inimigo, entregou sua vida por outros, era perdoador, e foi pendurado entre dois ladrões. Entretanto, o resultado foi o homem mais fascinante que já pisou neste planeta. Ele era tão cheio de vida que chamou a si mesmo de VIDA. A alegria lhe saía pelos poros e Sua vida era tão completa que Seu corpo transpirava cura para aqueles que O tocassem. Grandioso! Ele é o modelo, o Espírito Santo é o poder, e tudo que nós fornecemos é o vazio e o desejo de permitir que o Espírito faça o seu trabalho. Você não é um "autônomo" tentando ser como Jesus. Você é vazio, está permanecendo e permitindo que Jesus flua através de você.

E por último, ainda pensamos que permanecer é uma obra que nós devemos fazer. Não conseguimos enxergar que permanecer é algo que reconhecemos, e em vez disso pensamos que é algo a ser conseguido. Isso faz com que queiramos desistir. Contudo, lembre-se, esta vida de permanência em Cristo é para "todos nós"!! Você faz parte do "todos nós"?? Será que alguém fica de fora do "todos nós"? Os coríntios eram o pior exemplo de cristianismo, porém pertenciam ao "todos nós". Isso se resume em fé. Será que cremos em Deus apesar da experiência e dos sentimentos? Precisamos fazer isso, pois não temos outra escolha.

Agora, tudo isso me leva ao assunto de casamento. Nos últimos meses houveram vários na família do 'abiding life'(Vida Plena) que experimentaram "dificuldades" no casamento. Algumas das dificuldades eram legítimas quando examinadas do ponto de vista do permanecer em Cristo. Pois ao fazermos as coisas descritas acima, vemos a Vida sob uma ângulo diferente. Podemos enxergar, em primeiro lugar e proeminentemente que o Espírito está me transformando à semelhança de Jesus, e está usando nosso parceiro, nossa família e nosso egocentrismo exposto, para fazer sua obra. Contudo, se estivermos na carne, na vontade própria ou no humanismo para examinar as questões legítimas, elas se tornam rapidamente ilegítimas. Vejo que muitos estão sob ataque espiritual. É interessante que falamos sobre todas as questões legítimas - e elas são muitas - mas deixamos de fora a mais legítima delas. "Nossa luta não é contra carne ou sangue, mas contra os poderes espirituais". Suponho que nenhum de nós que esteja lutando, poderia chegar aos nossos amigos, perguntar-lhes se acham que nossos casamentos estão sob ataque espiritual, e receber como resposta um "Não"! Contudo, nós não chegamos aos nossos amigos para contar que estamos sob ataque espiritual. Em vez disso, ficamos contando-lhes todas as lutas, as falhas, a infelicidade e o desespero da nossa situação. Estamos limpando as teias sem ir atrás da aranha. Se seguíssemos o que foi descrito mais acima, poderíamos já amanhã estar vivendo uma vida plena, com um amor que não vem de nós fluindo de nós. Porém ficamos presos numa espiral obsessiva. Uma obsessão com o "eu" - as necessidades deste e suas feridas. Este é um "eu" que ainda não se rendeu.

Ouçam, eu conheço vários crentes com vida plena que têm cônjuges que fazem os de vocês parecerem com o Mahatma Ghandi. Sim, eles estão em paz, são amorosos e curtem suas vidas. Quando deixamos nossa vida interior despencar e dar lugar à vida exterior, nos tornamos um Gollum (NT: do filme "O Senhor dos Anéis"), agarrando nosso precioso "euzinho" e repetindo "Meu Precioso, Meu Precioso, Meu Precioso". Bem, quem dos dois vai ser o primeiro? O primeiro a engolir seu orgulho, a esvaziar a si mesmo, e o primeiro a dizer para Ele: "Não tenho nenhum amor. Não consigo amar. Eu desisto. Eu me rendo. Eu estou vazio." Então atravesse a sala, caia de joelhos e assuma a culpa. Qualquer dos dois que seja o primeiro, esse é o que passará o dia seguinte em êxtase. É tão difícil enxergar, quando estamos no meio de uma batalha espiritual, que o caminho para a vitória é a derrota completa e total. A derrota do egocentrismo. Deus permitiu uma situação que Ele poderia ter evitado. Você consegue ver a Ele na situação? O trabalho do Espírito é conformar-nos à imagem de Jesus. Estamos permitindo que Ele faça isto? Será que estamos amando um inimigo, e se não estamos, por que não? Não importa se o inimigo é nosso cônjuge. Não podemos ficar esperando que nosso inimigo, o nosso cônjuge, melhore. Se eles melhorassem, não seriam mais nossos inimigos e Deus teria que mandar um inimigo de verdade!! Ele quer lidar com você, com sua carne, e com o que esta situação está lhe revelando. Não existem justificativas. Tão logo Ele tenha cumprido em você tudo o que Ele quer, a situação irá mudar ou você terá sido mudado. Lembre-se: Ele não mandou a situação para que você a mudasse, mas a enviou para que ela mudasse você.
Andei examinando todas as opções, e não existem outras. Ou tomamos nossa cruz e negamos a nós mesmos, ou negamos a Ele. De qualquer modo, se nossa amargura, nosso ressentimento, e melhora da nossa carne, e melhora da carne daqueles que nos rodeiam, fosse o caminho, isso nos edificaria. Contudo, cada dia terminamos o dia emocionalmente estressados. Portanto esse não é o caminho. Jesus é o Caminho e qualquer outro caminho demonstra não ser o caminho. Nos intermináveis meses em que ficamos examinando a nós mesmos e ao outro, será que podemos honestamente dizer que ficamos mais felizes, mais cheios de alegria e que estamos no caminho certo? Acho que não. Quando Jesus pela primeira vez abriu meus olhos para o meu egoísmo e a minha assustadora obsessão comigo mesmo, eu não sabia se poderia me recuperar. Bom, amém... Ele revela, para poder curar. Eu fui curado e Ele continua a me mostrar as profundezas da coisa. Esta coisa está aos poucos sendo substituída por Ele. Sinto-me muito mais leve.

Repetindo: a vida permanecendo Nele, a vida plena, é uma vida difícil. Nós fomos perdoados de tudo e, contudo, não nos livramos de nada. Absolutamente nada que não seja exatamente Jesus fluindo de nós. Se as lutas no seu casamento andam revelando outra coisa que não seja Jesus fluindo através de você, então você precisa parar de olhar para seu parceiro, deve virar sua atenção para sua própria condição espiritual, e depois voltar-se para Jesus. Andamos colocando nossos cônjuges sob uma lente de aumento e Deus por sua vez nos colocou embaixo dela. Trata-se de colocar as coisas em ordem. Perder na primeira vez é o mais difícil. Depois se torna cada vez mais fácil. O Espírito dará testemunho da verdade. Leve o caso para Ele, e se você ouvir o divino "amém!", aproxime-se Dele vazio e peça que Ele o encha. Você vai receber sua liberdade de volta. E então, só então, conseguirá lidar com a legítima questão, caso você se importe com isso.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Construindo uma cruz para nós mesmos

(do original Building Yourself a Cross, de Mike Wells)

O amor força você a intervir na vida daqueles que estão ao seu redor. O amor de Cristo não permitirá que você escape disso. E no exato momento em que ama, você constrói uma cruz para si mesmo. O amor de Cristo é muito diferente do amor mundano, o qual tira; o amor Dele dá. Esse amor dará a vida Dele, se necessário, e também dará a sua. Quando amamos com o amor de Cristo, sofremos mais com o pecado daqueles que amamos do que eles próprios.

Os pais experimentam a verdade da cruz e do amor; e as crianças seguem em frente, em geral contentes consigo mesmas no seu pecado. Elas não pensam sobre ele e não têm medo, pois para elas não foi nada mais que um prazer passageiro. Mas os pais ficam acordados à noite, chorando, imaginando, orando e sofrendo.
Quando você ama, constrói uma cruz para si mesmo.

Escolhas

(do original Choice! Choosing Today, de Mike Wells – 20/01/2004)
(Nota: artigo longo)

Ando pensando sobre a questão da escolha. O engano número um me parece ser que a escolha é uma chave, que pode ser usada por Deus ou por nós mesmos para os outros. Muitos trabalhos cristãos reivindicam veladamente serem eles que possuem o segredo, e que a informação deles pode fazer uma pessoa escolher corretamente. Basta ler os folhetos dos seminários teológicos afirmando que estão no processo de "produzir homens e mulheres de Deus" ! Alguém saberia me dizer como é que um livro, um professor ou um prédio produzem um homem ou uma mulher de Deus? Para que serve a melhor das informações se não for escolhida e seguida? E se a pessoa decidir segui-la, teria sido a escola que a fez escolher? Pois alguns as seguem e outros não. O menor dá lugar ao maior: O fator decisivo de mudança será a informação ou a vontade? Dois drogados recebem a mesma informação. Um deles pára de usar drogas, e o outro não. Por quê? Não é por causa da escolha? É certo uma instituição se focalizar naquele que a escolheu e usá-lo como exemplo do poder do seu ensino? Eu mesmo costumava fazer isso! Contava apenas as histórias vitoriosas que advinham do meu aconselhamento, e a mensagem sutil era "Vocês viram como esse ensino é poderoso?" Fazem-se reivindicações sobre métodos, ensinos, trabalhos cristãos e instituições que o próprio Jesus não faria, pois Jesus nunca sugeriu que pudesse fazer uma escolha no lugar das pessoas. Somos todos parcialmente responsáveis por esse engano; não podemos simplesmente culpar as instituições. Queremos escutar que uma certa programação pode fazer por nosso cônjuge ou nosso filho aquilo que apenas a escolha deles pode fazer. Até buscamos e pagamos essas instituições para que elas mintam para nós! (Observe que aqueles confiantes "especialistas em reverter uma situação" nunca oferecem garantias para devolver o dinheiro.) Por quê? Tenho observado os especialistas em comportamento humano testemunhando em tribunais, sob juramento. De repente, aquilo que antes era um absoluto, agora se torna um murmúrio vago com uma declaração ressonante: "Eu não consigo ajudar alguém que não quer ser ajudado!" É verdade, mas não é isso que diziam antes. É preciso entender que o próprio Deus não consegue fazer uma pessoa escolher. Então, será que nós conseguimos? Nunca conseguiremos fazer uma pessoa escolher. Um aviso: alguns vão fazer você acreditar que é você quem está no comando das escolhas deles. Isso é uma armadilha, pois irão continuar a escolher aquilo que querem e manipular você para se responsabilizar por aquilo. Você vai acabar se esforçando ainda mais, suplicando, vigiando, e tentando controlar o comportamento. De maneira bem dissimulada, você os liberou da responsabilidade deles.

O engano número dois faz, aos que necessitam fazer uma escolha sem conseguir fazê-la, acreditarem que é impossível ser diferente em certas áreas da vida. Muitos simplesmente crêem que estão presos às suas obsessões, vícios, ira, justiça própria e todas as outras obras da carne. Eles são como aquela pessoa parada na neve fora da sua casa, segurando a chave da porta trancada e gritando: "Será que alguém pode me deixar entrar?" Como é que um cristão pode estar preso e impedido de entrar na vitória quando ele é o único que está segurando a chave? Permitam-me ilustrar isso. Certo homem me disse que era viciado em pornografia. E eu lhe respondi "Aposto que sua família está cansada de ver pornografia com você!" Ele respondeu: "Oh não, eu nunca vejo pornografia quando eles estão por perto!" A minha pergunta é simples: Como é que ele pode ser viciado, se consegue escolher quando e onde vê a pornografia? Como é que um viciado em drogas não pode ser capaz de escolher ficar sem drogas, quando ele escolhe comprá-la e também escolhe tomá-la em lugar escondido? Detestamos ser confrontados com esta verdade, mas estamos fazendo exatamente aquilo que queremos, exatamente aquilo que escolhemos fazer! Não somos incapazes de escolher, simplesmente não queremos escolher a coisa certa. Estamos em descrença e estamos constantemente fazendo escolhas. Precisamos escolher entre as palavras de Jesus e a voz da carne. Nós ESCOLHEMOS a carne. Esse é um fato que não podemos negar. Estamos no ponto em que estamos hoje por escolha pessoal. Alguns vão argumentar: "Não fui eu quem escolheu ser espancado, ter um pai alcoólatra, ser abusado emocionalmente e verbalmente, ser abandonado, não ser amado, e por aí afora." Tudo isso é verdade, e no início essa pessoa reagiu por instinto. Contudo, depois de amadurecer, ela escolheu qual seria a sua reação/seu estilo de vida em relação ao acontecimento. Depois de obterem as informações corretas, alguns escolhem continuar sendo vítimas, não ver Deus agindo, culpar aos outros, tornar infelizes aqueles que os cercam, fazerem os outros pagarem, viverem odiando a si mesmos, tentando desfazer o passado fazendo-o acontecer novamente. Duas pessoas podem ter um acontecimento horrível em suas vidas. Anos depois, uma é doce e a outra amarga. Por quê? Queremos evitar o óbvio e arrumar desculpas, mas o fato é que uma acreditava que a sua escolha era maior do que o passado, e a outra não acreditava.

O engano número três é o sentimento de que podemos fazer alguma coisa sem Ele. É verdade que fora de Cristo ainda temos o poder de escolher. Contudo, um homem querendo ser Deus apenas escolherá as coisas que fortalecem a carne. Ele comerá da árvore do Bem e do Mal, escolhendo a justiça própria ou a injustiça. Estas são as únicas escolhas que qualquer homem fora de Cristo faz. Há uma terceira escolha que o homem carnal pode fazer. Mais adiante falarei mais sobre isso. Muitos da turma do "poder do pensamento positivo" ensinam que o homem pode escolher qualquer coisa que quiser, inclusive o seu próprio destino. Que está completamente nas mãos dele aquilo no qual ele vai se tornar. Tudo isso é dito fora de Cristo, onde isso não é verdadeiro. Uma pessoa pode escolher, mas todas as escolhas fortalecerão a carne, causando mais tarde uma afloramento maior dela. Os fariseus tinham algumas disciplinas incríveis, e a carne ficou tão fortalecida que eles acabaram matando Jesus. Do mesmo modo, você pode escolher uma injustiça, a qual causará um afloramento de justiça própria mais tarde. (Já ouvi ex-drogados falarem com desprezo absoluto sobre os drogados que conhecem. Simplesmente espantoso!) Os descrentes são escravos do pecado. Assim como qualquer outro escravo, conseguem nas suas mentes desprezar a obediência ao seu senhor, mas precisam obedecer e assim farão. Eles escolhem entre obedecer ou sofrer as conseqüências. (Apenas um Homem escolheu não obedecer, e Ele efetivamente sofreu as conseqüências: a morte!). O ponto que quero enfatizar é que ser um escravo não nega o fato de que ainda assim precisamos fazer escolhas.

E, finalmente, a verdade é que em Cristo eu posso escolher! Nele sou livre! Nele não consigo mais pecar. Conforme já mencionei em artigos anteriores, o novo nascimento acontece apenas uma vez, mas as conversões acontecem durante toda nossa vida. A conversão é uma mudança de pensamento. Certo dia parei de pensar que Jesus era um homem na história e comecei a pensar que Ele era um homem que vive ainda hoje. Foi uma conversão no meu pensamento, uma de muitas que viriam a acontecer. A primeira escolha que fazemos é a escolha de crer em Jesus como o sacrifício pelo nosso pecado. Esta escolha foi precedida pelo fracasso e pecado. A segunda escolha virá da mesma maneira: fracasso e pecado. Precisamos escolhê-lo como nosso Caminho, nossa Verdade e nossa Vida. Às vezes passam-se anos, ou mesmo décadas, entre a primeira e a segunda escolha. Muitos acham que estes são anos perdidos, os anos no deserto, ou as trevas da alma. Durante esses anos, duas dinâmicas se digladiam diariamente, deixando poucas pessoas incólumes. De um lado está o forte desejo de "retribuir" a Jesus por tudo que Ele fez e está fazendo, e as pessoas sentem que isso se obtém basicamente "agindo" como Jesus. Isso é exatamente aquilo que é: um mero agir! Pois, por outro lado, os cristãos não estão convencidos que não tenham alguma força, saibam alguma solução, tnham algo à sua disposição que os fará agir como Jesus. Mas também há algo escondido, um segredo, de modo que a maioria não quer realmente Jesus invadindo todas as áreas da sua vida. Eles crêem nos seus próprios caminhos, nas suas próprias verdades e nas suas próprias vidas, e secretamente confiam nos seus ídolos, seus sedativos, sua vitimização, sua amargura, sua ira, e na sua passividade para resolver os problemas diários da vida e para capacitá-los a imitarem a Jesus. Quando as coisas vão bem, estão confiantes e cheios de orgulho e glória. Quando as coisas caem aos pedaços, é culpa deles ou culpa dos outros. Essa conscientização leva à depressão, à frustração e ao desejo de que a vida acabe. Nesse meio tempo, entre as duas escolhas, passa por uma época muito ruim, pois o homem não foi feito para imitar a Jesus, mas para ser um receptáculo do Jesus vivo. À medida que o cristão se aproxima Da Escolha, fica confuso com todas as outras escolhas que lhe são apresentadas sob forma de conselho: se ao menos memorizasse mais as Escrituras, tivesse mais tempo a sós; estudasse mais; desse mais testemunho; ou fosse mais forte... então o cristão seria como Jesus. A tensão de confiar em si mesmo (um "eu" que prefere o seu próprio reino em lugar do reino de Jesus em sua vida) para prover os meios de agir como Jesus é absurda e, com o tempo, fará com que o cristão comece a cair aos pedaços. Com o poder de um "eu" que dispõe de todos os velhos métodos de realizar coisas e dos mecanismos de defesa, tentamos desalojar o "eu". É o "eu" removendo a si mesmo! O resultado é que isso mantém o "eu" vivo. E o homem se torna uma casa dividida e começa a cair aos pedaços. Tudo isso – querer agir como Jesus na carne e, ao mesmo tempo, a carne desprezar a Jesus – cria uma quantidade tremenda de culpa. Dizem que a culpa é a melhor amiga do serviço funerário. No entanto, a culpa nas mãos de Deus produz alguns resultados fabulosos. Nós cristãos nos cansamos de ser e sentir culpados e é nesse estado que o inimigo aproveita a oportunidade para sussurrar em nosso ouvido, com uma voz parecida com a nossa : "Eu não consigo mudar. Não consigo escolher. Não tenho saída!" Imagine alguém escutando isso, ao mesmo tempo que tem nas suas mãos a chave da escolha. Nesse momento, ao completar-se o tempo necessário, nós cristãos estamos prontos para uma outra conversão. Não é imitar a Jesus, mas participar de Jesus. É estar enxertado na Videira. Não se trata de agir como Jesus, mas trata-se de exatamente Jesus fluir através de nós. Quando o Espírito Santo nos revela isso, não hesitamos nem discutimos, mas aceitamos o fato. Nós permanecemos, Cristo está em nós, e, sem Ele, nada podemos fazer. Jesus agora é aceito como vida, e A Escolha está feita.

Depois Da Escolha, a porta está aberta para fazermos centenas de escolhas. Cada uma dessas escolhas envolverá mais conversão à medida que enxergamos Jesus como o Caminho, a Verdade e a Vida numa determinada situação. Cada conversão (mudança de pensamento) acontece exatamente na ordem em que um cristão necessita dela. Contudo, quando a revelação de uma escolha vier, o cristão fará a escolha rapidamente, e de todo o coração. A revelação de que Jesus está vivendo dentro de uma pessoa, vem mais por meio do que a pessoa se recusa a fazer, do que pelo que ela efetivamente faz! O cristão escolhe recusar a amargura, a ira, as justificativas, a discussão, o ódio, a justiça própria, e a competição, e segue rapidamente a vontade de Deus. No entanto, ele sabe que na realidade não é ele que está fazendo isso, mas Jesus que habita nele. A escolha não é pedir para Jesus ajudá-lo a agir como Ele, mas pedir para Jesus agir através dele. Não se trata de entregar passivamente a vontade, mas de ativar a vontade escolhendo a Jesus. O cristão que escolhe nunca diz "Jesus, me ajude a fazer a coisa certa. Jesus, me ajude a amar. Jesus, me ajude a ser agradável a Deus. Jesus, me ajude a ser mais parecido com Você. Não, o cristão que escolhe diz "Jesus, seja as minhas palavras, o meu amor, a minha aceitação e a minha vida." O cristão que escolhe permite que a paz de Deus mande no seu coração. Qualquer variação na paz faz com que ele pare, escute e convide Jesus a ser o seu Caminho, sua Verdade e sua Vida. O cristão que escolhe descobre que pode fazer coisas que nunca pensou serem possíveis, coisas que na força do "eu" não eram possíveis. O cristão que permanece/escolhe consegue dizer não à cobiça olhos, à cobiça da carne e ao orgulho presunçoso da vida. O cristão que permanece/escolhe consegue dizer não aos apetites, porque ele está morto para o pecado e, em Jesus Cristo, não é mais um escravo dele. Cristo nele, vivendo através dele, como se fosse ele, torna-se uma realidade, pois não é ele, mas Jesus. Nosso "escolhedor" fica tão ativo quanto era ativo o "escolhedor" de Jesus que dizia diariamente: "não a Minha vontade, mas a Sua". Um escolhedor ativo não escolhe ser como Jesus, mas escolhe que a vontade do Pai viva e se expresse nele através de Jesus.

Na prática, aqueles que mais amamos são os que mais nos ferem. Não acredito que o abandono da multidão tenha mexido tanto com Jesus quanto o abandono daqueles nos quais Ele havia colocado a Sua vida. De que modo poderia Ele ser tão positivo quando disse: "Vocês sentarão em doze tronos". Não foi Ele! Jesus fez uma escolha de ceder no Seu coração e assumir "não a Minha vontade, mas a Sua", e as palavras vieram. Então o cristão é ofendido por alguém que ele ama; alguém diz algo rude, há uma explosão, os acontecimentos do passado são trazidos ao presente, e a ferida dói profundamente. No entanto, o cristão acabou de ter uma conversão. Jesus é o seu Caminho, a Verdade e a Vida. Escolher algo diferente de "Sua vontade, e não a minha" resultará em sentir-se perdido, enganado e morto. O cristão que permanece/escolhe simplesmente não vai sacrificar a paz do Caminho, da Verdade e da Vida. Portanto, naquela situação, ele faz uma pausa, convida Jesus para ser sua vida, suas palavras, seu amor e sua sabedoria. Ele ouve Sua voz dizendo: "A palavra suave desvia o furor". Jesus só faria através dele aquilo que é bom para ele. O amor não consegue fazer outra coisa.
Você sabia que o concreto não tem força? A força está no aço. Um prédio feito apenas de concreto cairia rapidamente em pedaços. No entanto, um prédio feito apenas de aço iria se mover e inclinar-se. O concreto não é a força, mas segura o aço – a força verdadeira – em seu devido lugar. O mesmo acontece com o esqueleto e a carne. Mas Jesus em mim é o meu aço. A vontade Dele é o aço e a minha vontade é o concreto. Quando eu escolho, o concreto é derramado, se assenta e o aço não vai se mover. Seu amor em mim é aço, mas eu preciso assentá-lo no devido lugar pela minha vontade. Escolho a Jesus na situação. Ouço Suas palavras e coloco o concreto no lugar certo através dum ato da minha vontade. O cristão, depois de ser ofendido, de ceder e escutar a Sua voz, agora acerta toda a questão dando um passo à frente e abraçando a pessoa, dizendo "Eu amo você". Quem estava amando era Jesus nele, mas ele colocou tudo em movimento por meio de uma escolha. E depois, o cristão sente o concreto se assentar, a força do aço é revelada e ele na realidade experimenta um amor sobrenatural. Magnífico! Não adianta fugir e esperar ficar mais forte; essas são decisões de fé resolvidas por meio de uma fé onde o cristão aprende que Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. A escolha é meramente assentar o concreto ao redor do aço que está nele.

Isso quer dizer que Jesus precisa de mim? Sim! Muitos têm repulsa com o pensamento de Jesus em necessidade, mas Ele nos demonstrou que viveu toda Sua vida em necessidade. Deus criou o mundo e deu o domínio sobre ele ao homem. Ao fazer isso, Ele está – num certo sentido – obrigado a trabalhar através do homem. Jesus teve que se tornar homem; esse era o plano desde o início : "o cordeiro sacrificado desde a fundação do mundo". Jesus trabalha através do ser humano ainda hoje. Ele necessita se expressar através de nós e Ele precisa, por assim dizer, o homem para ser o concreto. Ele precisa daqueles que querem escolhê-Lo.

Aconselhamento Cristão


( do original Christian Counseling, de Mike Wells)

Há pouco tempo atrás, um irmão em Cristo explicava-nos como a maturidade espiritual deve ser entendida. Seu critério de espiritualidade era algo que tanto eu quanto os demais cristãos presentes nunca tínhamos ouvido falar. Em questão de minutos, estabeleceu-se uma discussão sobre aquele posicionamento. De repente, um dos presentes perguntou algo bem simples: “Onde podemos encontrar seu critério nas Escrituras?” Naquele momento a pessoa que havia iniciado a conversa ficou quieta: não havia nada nas Escrituras sobre aquele posicionamento. Era apenas a opinião dele, sua experiência e como ele sentia. Porém não era uma medida de espiritualidade do Novo Testamento. Se aquilo que estava sendo ensinado fosse essencial para a vida e a maturidade cristã, por que Paulo, João ou Pedro não o mencionaram? Meu ponto é simples: é fácil perder o rumo.

Recentemente observei que a terapia cristã na realidade se tornou uma espécie de denominação, com linguagem própria que o não-iniciado não entende, e com um conceito do homem, um conhecimento e explicações do comportamento humano que geralmente não têm nada a ver com as Escrituras. De fato, seria preciso muito esforço para acompanhar em alguma parte das Escrituras o tema da maioria dos aconselhamentos cristãos. A intenção é de crítica, sim, pois minha oração diária pelo corpo de Cristo é que não sejamos desencaminhados, que continuemos mantendo nossos olhos em Jesus, e que nunca esqueçamos que é a presença Dele que pode nos curar de toda enfermidade. Pode ser que Ele não nos livre das dificuldades, mas Ele nos libertará no meio de cada uma delas. E nisso há uma grande alegria!

Peço a todos os que estiverem lendo este artigo que orem continuamente pelo Ministério Vida Plena. Não quero ensinar experiências: quero ensinar a Cristo. Não quero perdê-Lo de vista enquanto tento examinar e entender os problemas. Atualmente há muito movimento para “sentir a dor” dos outros. Ou seja, que precisamos ser honestos e explicar que temos derrotas, que ficamo com raiva e que muitas vezes coçamos a cabeça de espanto ao vermos bebês morrendo, o crime aumentando e uma miríade de orações não sendo respondidas. Afirmar que essas coisas não são assim, de acordo com aquele movimento, é negação, e negação é ruim. Sim, negar a Deus é ruim, mas negar a si mesmo é bom. Se o “eu” inclui um exame sem fim do passado da pessoa e a focalização nesse passado, então ele deve ser negado.

Fico espantado que tanta gente esteja seguindo terapeutas que admitem constante derrota, têm falta de entendimento, assustam-se com Deus, são infelizes e têm esperança de que as coisas melhorem apenas no céu. Eles não poderão levar alguém para onde eles mesmos não foram. Alguns deles chegaram ao ponto de rotular como falsos profetas a qualquer um que se atreva a ensinar que as coisas podem melhorar já na presente vida. Pergunto novamente: “Onde se ensina nas Escrituras que este ensino é falsa profecia?” Ser derrotado a vida inteira pode ser a vivência do terapeuta, mas esse tipo de experiência durando uma vida inteira não está nas Escrituras. Ainda mais impressionante é que essa abordagem aberta seja considerada intelectual e espiritual. Sim, eu tive épocas de derrota, de crise pessoal e financeira, de muitos sobressaltos no passado. Contudo, a vida tem ficado progressivamente mais livre, mais fácil, agradável, quieta, pacífica e feliz. Todas as provações passam primeiro pela mão de Deus e são planejadas, necessárias, e trazem com elas um grau de amadurecimento. Não mais fico espantado coçando minha cabeça ao olhar para a vida cristã. Pelo contrário, mal posso pelo dia de amanhã para ver o que ele tem para oferecer.
Quando eu era criança, podia ficar bravo com Deus, dar desculpas e tentar fazer com que a minha derrota parecesse ser a experiência cristã normal. Mas não é. Aquilo era imaturidade. As Escrituras falam de épocas difíceis (1 Coríntios 4; 2 Coríntios 4). Porém fala muito mais de alegria. Jesus deixa claro que veio para que tenhamos alegria, paz e vitória, e sejamos mais que vencedores, cheios do Seu espírito, com poder sobre as forças das trevas. Paulo, Pedro, João e Lucas falam a mesma coisa. Há um caminho que desce até a cruz, no qual aprendemos a desistir do nós mesmos (e até do auto-exame). Mas também há o caminho que sobe a partir da cruz, no qual aprendemos a confiar em Jesus intrinsicamente, onde a vitória diária e a alegria são o prato principal do dia no meio de todas as circunstâncias.

Quando alguém me ensina algo, quero que ele tenha estado lá onde eu estou indo, e não onde eu já estive! Não quero alguém que “sinta a minha dor”. Já basta que eu a sinta!! Eu preciso saber o caminho para além da dor. Como é que chego lá. Quando me aproximo e sigo Aquele que passou pela dor e saiu do outro lado livre e vitorioso, a história Dele se tornará a minha história.

Quando Jesus apareceu aos discípulos depois de crucificado, a prova do Seu poder ressurreto eram as marcas da morte. Sem morte não há vida! Mas a morte não é sem sentido: há uma vida que vem depois da morte. “Se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto.” (João 12:24). Observe o “muito fruto”. Ensinar que a vida cristã nesta terra é uma existência infeliz é a negação do ensino básico cristão. Mais do que isso: é puro e simples budismo. Dizer que precisamos entender todas as nossas feridas antes de seguir em frente é gnosticismo e mais negação. Muitas pessoas olham para os ensinamentos de Cristo e, se não tiverem experimentado a liberdade Dele, mudam os conceitos para adaptá-los à sua própria experiência.

A resposta é tão simples.... Gaste trinta minutos lendo o Salmo 139, fique quieto, deixe que o Deus vivo fale com você, e você descobrirá que é um vencedor. Paulo cantava na prisão. A palavra salvação no Novo Testamento refere-se a hoje, e não ao futuro. Para entrar no céu precisamos nascer de novo, mas a salvação é para hoje. Não deixe que ninguém lhe roube isso. Nós “estamos sendo salvos” HOJE (1 Cor 1:18). Isso está nas Escrituras. Não se conforme com uma vida medíocre quando uma vida abundante pode ser recebida tão facilmente. Se a solução para ser livre estiver no quanto você consegue entender – e os últimos 25 anos de terapia cristã produziram esse veredito – então você não pode ficar livre. Mas se Deus dá liberdade ao homem fraco que pedir em nome de Jesus, essa liberdade pode ser sua. Nunca permita que a alegria se torne difícil ou que seja de uns poucos escolhidos: ela foi feita para você!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Conhecendo o Espírito Santo

(do original Knowing the Holy Spirit, de Mike Wells)

“Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse.” (João 14:26)

Uma pergunta que aparece com freqüência é : “Quando me sinto alegre ou triste, isso é o Espírito Santo ou apenas as emoções?” Esta, obviamente, é uma excelente pergunta. O problema básico está na definição de como o Espírito Santo se manifesta. Quando tal definição pode ser aplicada a vários objetos e experiências, então o cristão fica com a tarefa pesadíssima de discernir a fonte da emoção. Por exemplo, um sentimento de júbilo, riso, tristeza, depressão e felicidade pode ter suas raízes em várias fontes. Se o Espírito Santo for considerado uma dessas fontes, porém não a única, é preciso assegurar-se de onde vêm os sentimentos. Isso leva à confusão, que é o nosso primeiro indício de que nossas definições do trabalho do Espírito Santo estão erradas.

“ Pois Deus não é Deus de desordem, mas de paz” (1 Coríntios 14:33 NVI). O trabalho do Espírito Santo é singular. Como podemos parar de ficar confusos? Simplesmente, o trabalho do Espírito Santo é o trabalho de Cristo. O Espírito Santo é o Espírito de Cristo. O Espírito Santo se manifestará do mesmo modo que Cristo se manifestou na Terra. A experiência do sermão do monte (Mateus 5 a 7) é, sem dúvida, o trabalho legítimo do Espírito. A experiência de todos os frutos do Espírito (Gálatas 5) é a Sua expressão singular. É preciso simplesmente olhar para Cristo para julgar nossa definição de estarmos cheios do Espírito. Por acaso Jesus tentou fazer Pedro se suicidar, depois de havê-Lo negado? Não! Ele condenou a mulher samaritana no poço? Não! Ele apenas lhe falou a verdade. Por acaso Jesus guardou em segredo o Seu desapontamento com o comportamento carnal dos discípulos, deixando-os inseguros procurando significados nas entrelinhas para saber se Jesus estava descontente com eles? Não! Por acaso Jesus tinha acessos de tristeza ou alegria a ponto de ficar descontrolado? Não (o domínio próprio sendo um dos frutos do Espírito)! Por acaso Jesus ficou balançando a “maçã da felicidade” na frente dos outros, exigindo que adivinhassem o quebra-cabeça antes de poder comer dela? Não! Por acaso Jesus continuava a lembrar o fracasso de alguém, depois que a pessoa tinha-se arrrependido? Não!

A Bíblia inteira define de modo tão singular o comportamento do Espírito Santo, que Ele não pode ser confundido com as inúmeras experiências humanas. Infelizmente a Igreja está cheia daqueles que se colocam no topo da pirâmide definindo a plenitude do Espírito Santo como sendo aquilo que eles experimentaram naturalmente. A prova de que as definições deles são erradas, está no fato de elas poderem ser aplicadas a muitas outras fontes que não são o Espírito Santo. Eu quero estar cheio do Espírito Santo; e dois sinais do trabalho Dele na minha vida serão amar um inimigo e ser liberto da culpa. As definições desse tipo não serão confundidas com nenhuma outra fonte.

Amor & Casamento


( do original Love and Marriage, de Mike Wells)

“Não sejamos presunçosos, provocando uns aos outros e tendo inveja uns dos outros.” (Gálatas 5:26)

No Vida Plena freqüentemente falamos sobre a “personalidade única” das pessoas, ou a singularidade com a qual a pessoa nasce. Nós dividimos essa singularidade em três categorias: o Pensador, o Sentimental e o Realizador, e cada pessoa tem uma mescla das tendências de cada uma dessas personalidades. Jesus exerce atração sobre as três personalidades e sobre as diferentes mesclas delas. Ele é o Caminho para o realizador, a Verdade para o pensador e a Vida para o sentimental. Jesus agiu como pensador nos debates, como realizador na limpeza do templo e como sentimental ao chorar perante o túmulo de Lázaro.

Estudar a personalidade única é estudar o óbvio, pois toda mãe sabe que cada um dos seus filhos tem suas próprias peculiaridades e traços singulares. O afeto físico no casamento é freqüentemente descrito em termos de características masculinas ou femininas: por exemplo, quando dizem que o relacionamento sexual das mulheres é emocional e o dos homens é meramente físico. No entanto, a experiência ensina que o sexo é muito mais emocional para os homens do que para as mulheres. Basta que a esposa observe a cara feia e a rejeição do homem depois que lhe é negado sexo. O sexo para a maioria dos homens é sinônimo de aceitação e valorização. Respeitar um marido é comunicar que ele é desejado e importante, e o sexo faz isso.

Contudo, a finalidade deste artigo é examinar os diferentes pontos de vista sobre sexo que os maridos e as esposas têm, sob a perspectiva da “ Personalidade Única” . Ao fazermos isso, examinaremos as várias combinações de personalidades únicas e como elas se relacionam com o aspecto físico do relacionamento. De modo geral, em todos os relacionamentos há um que toma a iniciativa no afeto, e outro que recebe. Esse aspecto, de tomar a iniciativa e receber, está relacionado diretamente com o pensador, o sentimental e o realizador.

O Sentimental-Pensador (no qual a tendência primária da personalidade é ser sentimental e a secundária é ser pensador) é um temperamento que permite que o parceiro tome a iniciativa de afeto em sua direção; ele não toma a iniciativa. A característica de pensador causa duas manifestações interessantes no que se refere ao afeto. Essa pessoa não quer correr riscos; ela tem medo do desconhecido e vai esperar que o outro tome a iniciativa. E também porque o pensador mantém listas, ele gostaria que todos os tumultos do passado fossem resolvidos antes que alguém o beije. Os pensamentos dele são mais ou menos assim: “Não me beije antes de conversarmos sobre a razão de você ter sido tão grosso comigo hoje de manhã”. Os maridos que têm esse comportamento fazem suas esposas sentirem que há algo de errado com elas, que elas não devem ser atraentes ou sexualmente desejáveis. A esposa também sente que algo está errado se ela precisa tomar a iniciativa. Contudo, a esposa poderá observar que o Sentimental-Pensador é meio desajeitado ou pouco natural ao tomar a iniciativa no afeto. Quanto mais alta pensadora a pessoa for, tanto menos espontânea será. Entretanto, visto que o sentimental é mais alto nele, as tentativas de tocar nele não serão rejeitadas, desde que não existam muitos problemas pendentes. Se o marido e a mulher tiverem esse mesmo padrão de personalidade, poucas iniciativas serão tomadas. Ambos terão a tendëncia de ficarem parados no corredor imaginando o que o outro está pensando.

O Pensador-Sentimental na área do Afeto (pensador mais alto que sentimental). O sexo para esse temperamento é na base do agarra-ou-solta. Ele não se importa em fazer sexo e também não se importa se não fizer. Esse temperamento gosta de ficar sentado junto ao cônjuge nas sextas-feiras à noite olhando um filme ou ficando de mãos dadas, e não se importa de ficar sentado sozinho no sábado à noite, fazendo suas próprias coisas, com o cônjuge sentado num outro lugar da sala. Nenhum desses comportamentos pretende comunicar rejeição ao parceiro.

O Realizador-Sentimental (mais alto no realizador) vai tomar iniciativas de afeto a toda hora. O pensador nele é mais baixo, de modo que não tem uma lista de requisitos que precisam ser primeiro atendidos. Uma coisa muito bacana sobre o realizador na área de afeto é que ele já esqueceu todas as ofensas recebidas pela manhã. O que interessa a esse temperamento é o objetivo, e não a jornada, de modo que seria bom que essa pessoa fosse mais devagar e passasse mais tempo conversando, para criar um ambiente de “namoro” no relacionamento.

O Pensador-Realizador (mais alto no pensador) tem altos padrões que impôs a si mesmo e tem a tendência de impô-los sobre os outros. Conseqüentemente, a lista de aceitação sexual fica tão grande que nenhum dos dois – nem qualquer outra pessoa – consegue atendê-la. O alto Pensador planeja tantas coisas para fazer que o sexo pode ser visto como uma interrupção num dia que teria sido produtivo. Quando o casal está expressando afeto, ele pode dar uma mensagem mal-interpretada como rejeição quando sua mente começa a divagar. Para o Pensador, o romance não é espontâneo, mas, sim, planejado. Se você for casado(a) com um Pensador, planeje uma noite romântica com muita antecedência. Se você for o Pensador, vá para a cama sem bagagem, deixe de lado a lista e as expectativas não realizadas – que são válidas, mas são aspectos separados do aspecto romântico da sua vida.

Não há nada de errado em ser um Pensador na área de afeto. O Sentimental na área de relacionamentos terá a tendência, quando não estiver andando no Espírito, de tentar sugar aceitação através da parte física. Ele foi criado com tendência para usar os sentidos, e o sexo pode facilmente se tornar um mecanismo de defesa. O Sentimental é muito espontâneo no afeto, gostando de vir por trás e dar um abraço. Contudo, é mais comum que um Sentimental se case com um Pensador, para o qual a demonstração pública de afeto é vista como uma interrupção; o Sentimental interpretará que isso é uma rejeição e rejeitará de volta. Seria bom que o Sentimental expressasse amor nas “pequenas” coisas da vida que significam muito para o Pensador. Pergunte o que diz na lista do Pensador, ajude-o a completar as tarefas, e o Pensador ficará muito mais relaxado, pois mais tempo terá sido liberado para o afeto. Se estiver casado com um Sentimental, surpreenda-o periodicamente com uma demonstração de afeto. (Eu digo periodicamente porque, mesmo que o sentimental pense que anseia por receber afeto, ele na realidade é mais feliz e adaptado a dar afeto. Ele diz que gosta que o outro tome a iniciativa, mas na realidade ele prefere iniciar). Um Pensador pode aprender a permitir que o Sentimental mostre o seu afeto.

Como em todas as áreas da vida, temos uma tendência de julgar o comportamento dos outros por nós mesmos e presumimos que todos pensam, agem e sentem como nós. Portanto é fácil colocar um motivo errado num comportamento que freqüentemente é mal-interpretado. É muito útil conhecer a personalidade única dos nossos parceiros. Lembre-se que o sexo não é um fim em si, mas que Deus o criou e que, como todo o resto da Sua criação, é melhor saboreado quando Ele é o foco principal das nossas vidas.

Casamento, sexo e unidade


(do original Marriage and Oneness, de Mike Wells)

"Não se recusem um ao outro, exceto por mútuo consentimento e durante certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois, unam-se de novo para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio. (I Coríntios7:5 NVI).

Eu estava ouvindo uma mulher que tinha um testemunho fora de série. Ela tinha se envolvido com drogas, foi lésbica e participou de uma gangue. Algumas irmãs em Cristo estavam discutindo sobre sexo e casamento, quando ela falou subitamente, "Muitas vezes não quero ter sexo com meu marido, mas eu o faço! Eu o faço por que quero proclamar para Satanás, 'Você não ficará entre eu e meu marido'! Eu quero proclamar, 'Nós somos um', não importa o que o inimigo diga e quero que Deus saiba que creio Nele, que o que ele juntou, ninguém separará". Meu espírito deu um salto no meu interior. Eu me inclinei para ela e lhe dei um abraço, anunciando para o grupo, "Eu creio nela". Sexo no casamento é uma proclamação de que somos um, nada mais importando.

Conforme mencionei antes, há diversos problemas no casamento, mas cada problema é separado dos outros. Nós nos impedimos de encontrar uma resposta para um problema quando os juntamos todos. Há muito mais problemas no casamento do que sexo, mas este é o problema sobre o qual este artigo versa.

Gosto de viajar, mas detesto transportar bagagem de um país para o outro. Dessa forma, com o passar do tempo, carrego cada vez menos bagagem. Nas viagens tive algumas experiências horríveis. Lembro-me de viajar pela Amazônia, sendo envenenado pela água local e crendo que iria morrer. Se sou convidado a falar em algum lugar do mundo, devo recusar porque uma vez fiquei doente em uma viagem? Quanto eu perderia com isso? Eu poderia ter uma péssima experiência e simplesmente desistir de viajar, mas em vez disso, deixei que as más experiências tornassem-me um melhor viajante.

Cada viagem é em evento individual vinculado a viagens anteriores apenas por aquilo que aprendi com experiências passadas que melhoram minha jornada atual. Após muitos anos de viagens, aprendi o que funciona e o que não funciona. Algumas viagens internacionais mal eram toleráveis, mas gostei muito das pessoas com as quais me encontrei; elas contribuíram para comigo e eu para com elas. Algumas viagens internacionais foram regulares; digamos que eu as fiz. Mas gostei muito dos irmãos e irmãs com quem me encontrei no final da viagem e daqueles com quem viajei. Algumas viagens foram extraordinárias. Eu fui colocado na primeira classe, em que as poltronas se reclinam e as pessoas me chamam de "Senhor". Eu relaxei completamente, mas o que eu mais me lembro eram aquelas pessoas que eram o objetivo da viagem.

Qualquer viagem é tolerável porque para mim, a viagem não é o objetivo, mas quem está no final da viagem. Sexo no casamento é como uma viagem em três áreas. Primeiro, os casais descobrirão que o sexo é mais agradável com pouca bagagem. Alguns casais levam tanta bagagem do passado para o quarto, que sobra pouco espaço para eles mesmos. Segundo, cada experiência deve ser construída a partir da última experiência. Terceiro, a pessoa é mais importante do que a viagem.

Primeiro, comece com pouca carga. Muitos quartos estão atulhados de bagagem do passado - mágoas relacionadas ao sexo. Sexo, que deveria estar associado ao prazer, tornou-se sinônimo de sofrimento. Uma experiência impressionante anterior foi mal distorcida, seja por abuso, estupro pelo parceiro, mau desempenho, insinuações, pornografia, comparações ou simplesmente por ter sido levado a não sentir-se atraente. Todas essas emoções e experiências do passado podem tornar-se uma carga pesada. É uma pena que essas coisas ocorram, mas é trágico quando elas continuam a controlar a nossa vida atual.

Qualquer problema relacionado com os sentidos ou desejos naturais recebe atenção especial. Por que? É impossível seguir em frente e nunca mais ter que lidar com o problema novamente. Lembro-me de um colega que tinha uma obsessão relacionada com água. Ele tinha de passar o dia todo, mesmo os dias mais quentes, sem beber água, senão bebia em excesso e até poderia se afogar. O problema era: aonde ele podia ir para escapar da tentação de tomar um copo de água? Conforme você pode ver, os problemas que lidam com a natureza apresentam problemas singulares. O desejo sexual é parte da natureza; a sexualidade faz parte da humanidade, de modo que ao tentarmos fugir dela, fugimos de nós mesmos. Dizer a uma pessoa para esquecer-se de todas as experiências ruins associadas ao sexo e depois dizer-lhe para ter mais sexo, freqüentemente a colocará frente às emoções que ela está tentando evitar.

O problema está em saber participar sem arrastar consigo as emoções passadas. Primeiro, é preciso constatar que o mundo fez um bom serviço ao vender o sexo como o centro da vida. A experiência sexual, conforme descrita pelo mundo, é tão irreal quanto fotos retocadas/melhoradas de modelos.

Segundo, o medo de desempenho ruim provocará ansiedade e desempenho ruim. Permitimos que o medo entre, e ele precisa ser convidado a se retirar. O medo do sexo não pode ser tratado com pensamentos obsessivos. Decisões do tipo "Eu não devo pensar em sexo" não nos fazem parar de pensar nele, pois ao dizermos isso para nós mesmos, já estamos pensando sobre sexo. Comece todas as manhãs com cada pensamento sobre sexo sendo levado cativo a Cristo. Como? Quando o medo surge, deve-se mudar completamente de pensamento, dizendo à mente, "Não vou lá; recuso-me a pensar nisso". Ao buscarmos o Senhor para permitir isso, é realmente possível ter o centro da vida em algo diferente de sexo. Também é possível reduzir as expectativas quanto a sexo, ao mesmo tempo em que se mantém as expectativas para com o cônjuge.

Terceiro, reconheça que a vida que foi ferida, foi sepultada com Cristo. É impossível mudar o passado, mas ele pode ser sepultado. O sepultamento é um ato de fé. Ao longo do dia, à medida que as dúvidas quanto à capacidade de desempenho surgirem, fale alto, "Creio que fui crucificado com Cristo".

Isso nos leva ao segundo aspecto da jornada do sexo. Cada nova experiência é construída sobre experiências de aprendizagem passadas. As más experiências não devem afastar um casal da intimidade, mas ao contrário, dar ao casal algo sobre o qual construir. Não há necessidade de que um casal fique obcecado em relação ao que ocorreu de errado no início do casamento. Não estão mais no início do casamento; eles estão no presente. Podem aprender com o que não agradou e não repetir o erro. Tudo na vida é instrutivo para o crente quanto ao que é o Caminho e o que não é.

Finalmente, o objetivo mais importante da jornada sexual não é o estímulo físico; ao contrário, é a pessoa. Para a mulher mencionada acima, que disse que fazia sexo com seu marido para que Satanás não se interpusesse entre eles, o sexo não era o problema, mas o objetivo era manter sua fé e seu marido. Sexo destina-se à unidade e à aceitação que acompanha a unidade no casamento. Fazer do sexo o objetivo é autofrustrante e, como conseqüência, traz menos satisfação. Por que? Quando o sexo é o objetivo, o parceiro percebe que ele é cada vez menos o objetivo e cada vez mais o objeto, a rejeição estabelece-se e ninguém fica satisfeito. Quando a pessoa é o objetivo, os intervalos entre o sexo são muito mais prazerosos, de forma muito similar ao que uma pessoa obesa disse a um homem magro, "Eu gosto demais das minhas refeições para viver como você". Ao que respondeu o homem magro: "Mas eu aprecio os intervalos entre as refeições muito mais do que você"! Ele fez uma ótima observação, pois quando a comida é o objetivo da vida, como vamos apreciar a maior parte do tempo que não estivermos comendo? A pessoa que encontra satisfação em viver "o intervalo" é feliz na maior parte do tempo. Quando o intervalo é o objetivo da afeição, então não somente a vida sexual é apreciada, como também há mais prazer onde despendemos a maior parte do tempo de nosso relacionamento.

Sexo não pode ser o objetivo. A mulher que queria proclamar a Satanás que ela era uma com seu marido, tinha feito da unidade o objetivo e se o sexo ajudava a proclamar isso, então assim seria. Para ela, a viagem a levou a um local maravilhoso!

Fique quieto, pois Ele está sempre falando.


(do original Be Silent, For He Is Always Speaking, de Mike Wells, 29/12/2003)

Certa ocasião, eu estava caminhando na floresta tentando enxergar a vida selvagem. Mas não conseguia escutar nenhum pássaro. Depois de ficar muito cansado, finalmente parei e me sentei. Foi aí que notei que o som da minha própria respiração pelo esforço de caminhar estava abafando o ruído dos pássaros. Enquanto estava sentado, não apenas conseguia ouvi-los, mas também conseguia vê-los e também a outros animais selvagens.

Muitas vezes é o som do nosso próprio esforço para encontrar o Senhor que abafa a voz Dele. Fique quieto, pois Ele está sempre falando.

Fatos


(do original Facts, de Mike Wells)

O que fazer com os fatos? Já participamos em atos de injustiça, imoralidade, impureza e outros. Participamos em atos de justiça própria, julgamento, orgulho e descrença, tanto antes quanto depois da conversão. Essas são coisas que voltam para nos assombrar, e não é apenas o nosso comportamento passado que nos incomoda, mas também o comportamento daqueles que estão ao nosso redor. O que fazer com esse fatos frios e duros?

O primeiro passo é entender que nem todas as coisas verdadeiras são a verdade. Quando estava numa igreja na China, usei a seguinte ilustração: “Não estou muito impressionado com a hospitalidade dos chineses. Fiquei hospedado com o pastor chinês e ele nunca me ofereceu café, ainda que soubesse que eu gostava de café, precisava de café e queria café. Isso é verdadeiro!” E depois eu continuei: “Porém logo ao chegar na casa do pastor, eu lhe disse: ‘Você não precisa me oferecer café, pois eu trouxe meu próprio café!’” Agora a verdade foi revelada. Podemos ver que nem todas as coisas que são verdadeiras são a verdade. Para que uma coisa verdadeira seja verdade, ela precisa acabar aos pés de Jesus, que é o Caminho, a Verdade e a Vida. É possível que algo verdadeiro leve você para a verdade ou o afaste dela. Os fatos só ficam alí parados, sem vida própria, não fazendo nada, não tendo nenhum poder senão a atração. Os fatos chamam nossa atenção e aquilo que consegue nossa atenção, nos prende. Uma vez que conhecemos os fatos acerca do nosso comportamento e do comportamento dos outros, o que fazer com a informação? Fatos são história e a história passada deve ser negada (Lucas 9:23). “Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante...” (Filipenses 3:13)

O inimigo freqüentemente usa os fatos para aumentar o seu território e melhorar sua posição. Ele usa coisas verdadeiras, porém nunca as usa para levar uma pessoa à verdade. Ele vai usá-las como adereços que desviam da verdade (Jesus). Deus é o grande “EU SOU”, o Deus sem adereços. Ele simplesmente é “Eu SOU” e nem mesmo as coisas verdadeiras e os fatos O desviam daquilo que Ele é. Somos um povo sem adereços: temos Jesus e não precisamos de experiência adicional, mais conhecimento, mais um diploma, ou do espetacular. Temos a Jesus, a verdade completa, e não precisamos de mais nada. “Nele estais completos!” Os fatos do comportamento passado, tudo aquilo que aconteceu antes deste momento, são adereços e estorvam. “Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta...” (Hebreus 12:1) O que fazer com os fatos – não somente os fatos dos nossos próprios fracassos – passados, presentes e futuros – mas também aqueles das outras pessoas ao nosso redor? Já que eles foram removidos pelo sangue de Cristo, nós nos recusamos a carregá-los.

Agora preciso ir um passo adiante na discussão dos fatos. Deus permite aquilo que Ele poderia impedir de acontecer. “Assim faremos, se Deus o permitir” (Hebreus 6:3). Nós louvamos a Deus com rapidez e facilidade por tudo aquilo que ele impede de acontecer. Qualquer um de nós já poderia ter morrido num acidente de carro, se Ele não tivesse impedido. Ele impediu tantas coisas. Nós Lhe agradecemos. Mas há algo que precisa de muito mais fé: você consegue agradecer-Lhe pelas coisas que Ele permitiu? Quantas vezes você já escutou alguém dizer “Como é que um Deus amoroso pode permitir que tal tragédia acontecesse?” Talvez você mesmo já tenha dito isso. Se Deus puxasse você para o lado e lhe fizesse a pergunta seguinte, como você responderia? “Vou permitir que um fracasso aconteça na sua vida, na vida do seu filho, ou na vida do seu cônjuge. Você ainda assim vai me louvar? Eu vou usar o fracasso, não lutar contra ele; você ainda vai Me louvar?” E se esta pergunta lhe tivesse sido feita no dia anterior ao seu fracasso, ou de sua família, no passado, no presente ou no futuro? O que você diria? Não estou dizendo que Deus causa o mal, mas, sim, que o permite. Você consegue louvá-Lo por aquilo que Ele permite acontecer? Você consegue vê-Lo atuando naquilo, ou consegue apenas ver a si mesmo? O fato é que Deus odeia o pecado; porém há mais um fato: Ele o usa.

“A Lei foi introduzida para que a transgressão fosse ressaltada. Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça, ...” (Romanos 5:20) E se Deus lhe dissesse: “Vou permitir que seu filho fracasse. Vou usar isso. Será que posso ficar com a pureza deles, com a vida perfeita que você desejava para eles, e a vida livre de lutas que você queria? Posso permitir e usar a perda dessas coisas para trazer seu filho a Mim?” Ele permite aquilo que Ele poderia impedir. Você consegue concordar com o permitir Dele? Você deixa que Ele permita? Você vive para os fatos e pelos, querendo impedir tudo aquilo que leva as pessoas a Cristo? Você quer impedir os fatos? Está bravo com os fatos? Isso não se aplica somente às nossas famílias. Ele tem permitido tantas coisas nos fatos dos acontecimentos mundiais do passado e do presente. Você consegue louvar a Ele, ao grande EU SOU, por aquilo que Ele permitiu em Sua sabedoria? Louva-Lo por aquilo que Ele permite, é o primeiro passo.

Você também precisa de paz com os fatos do seu fracasso e do fracasso dos outros. Você precisa de paz quando os acontecimentos seguem inesperadamente outra direção. Onde é que você encontra a paz? No mesmo lugar em que o grande EU SOU a encontrou. Lembre-se: depois de olhar para os fatos, o Senhor disse: “Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, os homens e também os grandes animais e os pequenos e as aves do céu. Arrependo-me de havê-los feito”. (Gênesis 6:7) Deus viu os fatos e precisou de paz! E, pergunto novamente, onde foi que Ele a encontrou? Em Jesus!! “Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades [sofrimentos] e sobre si levou as nossas dores [; contudo, nós o consideramos castigado por Deus, por Deus atingido e afligido. Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe a paz estava sobre ele e pelas suas feridas fomos curados.” (Isaías 53: 4-5) Qual sofrimento? O sofrimento que Deus teve por nos criar! Qual dor? A dor que Deus teve depois de nos fazer! Jesus a carregou toda sobre si e Nele Deus teve paz. Onde você achará paz sobre os fatos do seu comportamento e do comportamento passado, presente e futuro das outras pessoas? Em Jesus!! Ele é a nossa Paz. Efésios 2:14: “Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade, …”

O que é que tem o tamanho de um elefante mas não pesa nada? A sombra do elefante. Os fatos não pesam nada à luz de Jesus. Eu não me importo com os fatos! Eu tenho paz! Eu tenho Jesus! Estou pronto para continuar vivendo no grande EU SOU!

Divórcio Emocional


(do original Emotional Divorce, de Ray Andrews)

ATENÇÃO!
PERIGO À FRENTE!
CUIDADO: QUEDA DE BARREIRAS!
ENTRADA PROIBIDA!
MÃO ÚNICA!
Estamos acostumados com estes sinais nas estradas e aprendemos a obedecê-los. São avisos que, se obedecidos, ajudam a nos manter vivos. Gostaria que também tivéssemos avisos desse tipo para as nossas emoções, e que fossem levados a sério. Se eu ganhasse um real cada vez que escutasse a história abaixo, poderia parar de levantar o sustento do ministério e viver bem confortavelmente. É uma história na qual o marido ou a esposa foram cegados pelo inimigo a todos os sinais de aviso: uma história de destruição, de grande derrota e engano. Ela é transcultural. Já a escutei em mais de 30 países.

"Meu cônjuge não atende minhas necessidades!" (Necessidades que um cônjuge nunca poderia atender: somente Deus pode) "Se eu continuar com ele (ou ela) vou sufocar! Minha vida está indo embora perante meus olhos! Preciso ir embora enquanto ainda há tempo. Por mais que eu tente, não consigo tornar meu cônjuge feliz! Ele/Ela nunca vai mudar, então por que eu deveria mudar em favor dele/dela?"

Quando esses pensamentos se enraizam firmemente no coração do cristão, acontece um divórcio emocional. O divórcio emocional sempre precede o divórcio intelectual e físico. Antes de ocorrer o divórcio emocional, a pessoa passa por muitos conflitos, e descobri que muito poucos voltam para seus cônjuges depois que ele tenha se instalado. Para que alguém chegue ao ponto de divórcio emocional, precisa pesar todas as conseqüências que resultam dessa decisão: as crianças, os amigos, a família, o respeito dos outros, a posição da igreja e da sociedade - e até mesmo o respeito próprio e a moral – manobrando as variáveis até que ele ou ela saia vencedor, vingado, aquele que foi ofendido, e se torne algum tipo de santo martirizado por ter dado tanto de si por tanto tempo, recebendo tão pouco em troca. O outro agora merece a infelicidade.

Não tente mostrar as falhas na lógica da pessoa divorciada emocionalmente, pois para ela tudo está perfeito e faz absoluto sentido. Ela precisa apenas de um conselheiro que concorde com sua decisão e a louve por seus anos de sacrifícios e pelo passo corajoso que está agora dando para salvar a si própria.

Entretanto, se for você que está na ponta receptora do divórcio emocional, você será rejeitado e ficará confuso com todo esse comportamento. A vida está começando a ficar bem intolerável para você! Pois a fim de que o seu parceiro emocionalmente divorciado chegue ao divórcio físico, ele/ela agora precisa justificar intelectualmente sua decisão. É nesse ponto que você entra na história. Cada ofensa que você fizer será apontada; numa escala de um a dez, cada erro que você fez no passado se tornará um dez. Haverá tentativas para fazer você ficar irado, violento, irracional, ou para isolar-se, a fim de que o parceiro possa proclamar ao mundo (depois de incitar você a tal comportamento) que aquilo evidencia a sua sábia decisão de se afastar do relacionamento.

Nessas alturas, os divorciados emocionais ficam com a sua consciência obscurecida, eles dançam com o inimigo, caminham sem luz e até permitem que o diabo use as Escrituras ao dizer-lhes: "O amor de Deus é incondicional, e mesmo que seja pecado se divorciar, todos os pecados são perdoáveis; o que torna o divórcio pior do que qualquer outro pecado? Davi cometeu adultério e veja como Deus o usou. Pode ser que me custe algo, mas as crianças vão superar isso. Afinal, elas precisam saber que vivemos num mundo onde as pessoas se divorciam." E quase esqueci! O inimigo vai continuar revelando ao divorciado emocional a hipocrisia de todos os crentes bitolados que o tratam de modo diferente e nem sequer lhe estendem a mão durante esse período de sofrimento. Afinal de contas, foi ele quem realmente sofreu durante todos esses anos.
Nesse ponto é como se Satanás ganhasse uma noiva, que lhe faz todas as vontades, que está cega para as conseqüências, que está comendo novamente da árvore do conhecimento do bem e do mal e agora já deve saber mais do que Deus. Nesse ponto a raiz de amargura está firmemente plantada e o coração duro se solidifica. Nada mais pode se dizer ou fazer por tal pessoa, pois ela exaltou a si mesma para o lugar do Deus que tudo sabe. Nessa situação, a pessoa emocionalmente divorciada está tão persuadida que os outros a oprimiram e tornaram sua vida infeliz, que na realidade sentem um falso alívio ao se divorciarem fisicamente.

Durante o ministério de Jesus, houve um período de aproximadamente 18 meses em que as pessoas gostavam muito dele. Os fariseus e os saduceus estavam começando a pensar que esse Jesus poderia tornar-se o próximo rei. O povo certamente o estava seguindo e até mesmo alguns dos romanos o escutavam. Sabendo que Jesus poderia se tornar rei deles, os fariseus se aproximam dele e lhe fazem uma pergunta. Podemos concluir que esta era exatamente a coisa que eles gostariam de manter, caso Jesus chegasse ao poder. A pergunta foi: "Moisés permitiu que nos divorciássemos. Você também permitirá?" A resposta de Jesus foi rápida e cortante: "Isso foi permitido apenas por causa da dureza dos vossos corações". O divórcio emocional não revela quão grande é a confusão em que ficou o cônjuge que foi abandonado. Ele revela a dureza do coração daquele que está indo embora. Como já mencionei muitas vezes, existem apenas dois tipos de pessoas que lidam com ovelhas: os pastores e os açougueiros. A voz do açougueiro é áspera, crítica, impetuosa, auto-justificadora, imoral, condena os outros e busca neles os defeitos. A voz do pastor não fica notando os erros, ela encoraja, dá vida, traz luz ao nosso caminho, e concede a graça de receber o insulto dos outros (Colossenses 3:12-14). Qual é a voz que o divorciado emocional escuta? Qual a voz com que se acostumou?

É perturbador que muitos dentre o corpo de Cristo tenham se resignado à realidade do divórcio entre o povo de Deus. Existem muitos cursos para ajudar as pessoas que se divorciaram, mas não seria maravilhoso se o povo de Deus nunca chegasse ao ponto em que o divórcio é inevitável? Não estou dizendo que não hajam razões bíblicas para o divórcio e muitas pessoas rapidamente defendem aqueles que estão dentro dessa categoria. Eu mesmo faço isso. Entretanto, a maioria dos divórcios que eu observei têm sua raiz na causa que mencionei acima.
O PECADO DO EGOCENTRISMO.
É o pecado que permite essa destruição profunda nos lares cristãos e nas crianças que são abandonadas na onda das separações.
Se você estiver no processo de cometer um divórcio emocional, o que deve fazer? Em primeiro lugar, fique assustado! Você deveria estar assustado, pois não sabe com que está brincando. Em segundo lugar, tire uma folga de um ou, talvez, dois dias. Durante aqueles dias não pense sobre a situação, sobre seu cônjuge ou sobre seus filhos. Olhe apenas para Jesus. Pegue uma passagem simples (Salmo 139) e leia-a toda, meditando no Senhor. Focalize-se Nele! Não pense em outra coisa. Durante esse tempo você vai entrar na sanidade divina. Como é que você sabe que está andando na sanidade divina? Vai fazer sentido perdoar, continuar, ser ofendido e ser usado. Fará sentido perder a sua vida a fim de que outros possam viver. Em resumo, você se tornará obediente. O inimigo prefere que você acredite que vai poder voltar para Deus depois que todas os problemas estiverem resolvidos: contudo, a verdade é que voltar para Deus resolve todos os problemas. Talvez você diga "Eu tento deixar Deus agir" e com essa frase você revela a profundidade do seu engano. Ninguém precisa tentar deixar Deus fazer alguma coisa. Entregue para Ele, e Ele vai agir. O que você está dizendo realmente é que Deus não está resolvendo a coisa como você acha que ele deveria e dentro do cronograma que você estabeleceu. Em terceiro lugar, você precisa se arrepender e, por meio do arrependimento, recuperar o terreno perdido para o inimigo. Desista do caso emocional e físico com outra pessoa que não seja seu cônjuge e deixe Deus realizar o perdão, a purificação e o júbilo que vem depois do perdão.

E se por acaso você for o cônjuge do divorciado emocional, o que deve fazer? Ore, ore, e ore ainda mais, pois a sua batalha não é contra a carne e sangue mas contra principados e poderes. Não vai adiantar apelar para a lógica, esforçar-se mais, chorar, suplicar, apelar ou correr para outras pessoas, pois aquele que se divorciou emocionalmente já tomou sua decisão, e a única decisão que ele vai aceitar de você é uma decisão que concorde com a dele. Portanto ore, sabendo que, a menos que Deus abra os olhos dele/dela, a batalha estará perdida. Você precisa aceitar que você perdeu o seu cônjuge, caso os olhos dele/dela não sejam abertos para a verdadeira fonte do engano, e que se ele/ela voltar apenas por causa da culpa, dentro de 6 meses a dois anos você terá que reviver o mesmo pesadelo. E fique alerta, pois aquele que se divorciou emocionalmente vai tentar extrair aquilo que há de pior em você, para que ele possa parecer melhor.

Depois de 7.500 horas de aconselhamento, posso afirmar com toda certeza que o divórcio é desanimador e danoso, e também sinal de um coração endurecido. "Pai, livre o seu povo desse monstro chamado divórcio; livre-nos da descrença, a mãe de todos os pecados e ensine-nos os Seus caminhos!"

Pois eu odeio o divórcio, diz o Senhor, o Deus de Israel. (Malaquias 2:16)