(Nota: artigo longo)
Ando pensando sobre a questão da escolha. O engano número um me parece ser que a escolha é uma chave, que pode ser usada por Deus ou por nós mesmos para os outros. Muitos trabalhos cristãos reivindicam veladamente serem eles que possuem o segredo, e que a informação deles pode fazer uma pessoa escolher corretamente. Basta ler os folhetos dos seminários teológicos afirmando que estão no processo de "produzir homens e mulheres de Deus" ! Alguém saberia me dizer como é que um livro, um professor ou um prédio produzem um homem ou uma mulher de Deus? Para que serve a melhor das informações se não for escolhida e seguida? E se a pessoa decidir segui-la, teria sido a escola que a fez escolher? Pois alguns as seguem e outros não. O menor dá lugar ao maior: O fator decisivo de mudança será a informação ou a vontade? Dois drogados recebem a mesma informação. Um deles pára de usar drogas, e o outro não. Por quê? Não é por causa da escolha? É certo uma instituição se focalizar naquele que a escolheu e usá-lo como exemplo do poder do seu ensino? Eu mesmo costumava fazer isso! Contava apenas as histórias vitoriosas que advinham do meu aconselhamento, e a mensagem sutil era "Vocês viram como esse ensino é poderoso?" Fazem-se reivindicações sobre métodos, ensinos, trabalhos cristãos e instituições que o próprio Jesus não faria, pois Jesus nunca sugeriu que pudesse fazer uma escolha no lugar das pessoas. Somos todos parcialmente responsáveis por esse engano; não podemos simplesmente culpar as instituições. Queremos escutar que uma certa programação pode fazer por nosso cônjuge ou nosso filho aquilo que apenas a escolha deles pode fazer. Até buscamos e pagamos essas instituições para que elas mintam para nós! (Observe que aqueles confiantes "especialistas em reverter uma situação" nunca oferecem garantias para devolver o dinheiro.) Por quê? Tenho observado os especialistas em comportamento humano testemunhando em tribunais, sob juramento. De repente, aquilo que antes era um absoluto, agora se torna um murmúrio vago com uma declaração ressonante: "Eu não consigo ajudar alguém que não quer ser ajudado!" É verdade, mas não é isso que diziam antes. É preciso entender que o próprio Deus não consegue fazer uma pessoa escolher. Então, será que nós conseguimos? Nunca conseguiremos fazer uma pessoa escolher. Um aviso: alguns vão fazer você acreditar que é você quem está no comando das escolhas deles. Isso é uma armadilha, pois irão continuar a escolher aquilo que querem e manipular você para se responsabilizar por aquilo. Você vai acabar se esforçando ainda mais, suplicando, vigiando, e tentando controlar o comportamento. De maneira bem dissimulada, você os liberou da responsabilidade deles.
O engano número dois faz, aos que necessitam fazer uma escolha sem conseguir fazê-la, acreditarem que é impossível ser diferente em certas áreas da vida. Muitos simplesmente crêem que estão presos às suas obsessões, vícios, ira, justiça própria e todas as outras obras da carne. Eles são como aquela pessoa parada na neve fora da sua casa, segurando a chave da porta trancada e gritando: "Será que alguém pode me deixar entrar?" Como é que um cristão pode estar preso e impedido de entrar na vitória quando ele é o único que está segurando a chave? Permitam-me ilustrar isso. Certo homem me disse que era viciado em pornografia. E eu lhe respondi "Aposto que sua família está cansada de ver pornografia com você!" Ele respondeu: "Oh não, eu nunca vejo pornografia quando eles estão por perto!" A minha pergunta é simples: Como é que ele pode ser viciado, se consegue escolher quando e onde vê a pornografia? Como é que um viciado em drogas não pode ser capaz de escolher ficar sem drogas, quando ele escolhe comprá-la e também escolhe tomá-la em lugar escondido? Detestamos ser confrontados com esta verdade, mas estamos fazendo exatamente aquilo que queremos, exatamente aquilo que escolhemos fazer! Não somos incapazes de escolher, simplesmente não queremos escolher a coisa certa. Estamos em descrença e estamos constantemente fazendo escolhas. Precisamos escolher entre as palavras de Jesus e a voz da carne. Nós ESCOLHEMOS a carne. Esse é um fato que não podemos negar. Estamos no ponto em que estamos hoje por escolha pessoal. Alguns vão argumentar: "Não fui eu quem escolheu ser espancado, ter um pai alcoólatra, ser abusado emocionalmente e verbalmente, ser abandonado, não ser amado, e por aí afora." Tudo isso é verdade, e no início essa pessoa reagiu por instinto. Contudo, depois de amadurecer, ela escolheu qual seria a sua reação/seu estilo de vida em relação ao acontecimento. Depois de obterem as informações corretas, alguns escolhem continuar sendo vítimas, não ver Deus agindo, culpar aos outros, tornar infelizes aqueles que os cercam, fazerem os outros pagarem, viverem odiando a si mesmos, tentando desfazer o passado fazendo-o acontecer novamente. Duas pessoas podem ter um acontecimento horrível em suas vidas. Anos depois, uma é doce e a outra amarga. Por quê? Queremos evitar o óbvio e arrumar desculpas, mas o fato é que uma acreditava que a sua escolha era maior do que o passado, e a outra não acreditava.
O engano número três é o sentimento de que podemos fazer alguma coisa sem Ele. É verdade que fora de Cristo ainda temos o poder de escolher. Contudo, um homem querendo ser Deus apenas escolherá as coisas que fortalecem a carne. Ele comerá da árvore do Bem e do Mal, escolhendo a justiça própria ou a injustiça. Estas são as únicas escolhas que qualquer homem fora de Cristo faz. Há uma terceira escolha que o homem carnal pode fazer. Mais adiante falarei mais sobre isso. Muitos da turma do "poder do pensamento positivo" ensinam que o homem pode escolher qualquer coisa que quiser, inclusive o seu próprio destino. Que está completamente nas mãos dele aquilo no qual ele vai se tornar. Tudo isso é dito fora de Cristo, onde isso não é verdadeiro. Uma pessoa pode escolher, mas todas as escolhas fortalecerão a carne, causando mais tarde uma afloramento maior dela. Os fariseus tinham algumas disciplinas incríveis, e a carne ficou tão fortalecida que eles acabaram matando Jesus. Do mesmo modo, você pode escolher uma injustiça, a qual causará um afloramento de justiça própria mais tarde. (Já ouvi ex-drogados falarem com desprezo absoluto sobre os drogados que conhecem. Simplesmente espantoso!) Os descrentes são escravos do pecado. Assim como qualquer outro escravo, conseguem nas suas mentes desprezar a obediência ao seu senhor, mas precisam obedecer e assim farão. Eles escolhem entre obedecer ou sofrer as conseqüências. (Apenas um Homem escolheu não obedecer, e Ele efetivamente sofreu as conseqüências: a morte!). O ponto que quero enfatizar é que ser um escravo não nega o fato de que ainda assim precisamos fazer escolhas.
E, finalmente, a verdade é que em Cristo eu posso escolher! Nele sou livre! Nele não consigo mais pecar. Conforme já mencionei em artigos anteriores, o novo nascimento acontece apenas uma vez, mas as conversões acontecem durante toda nossa vida. A conversão é uma mudança de pensamento. Certo dia parei de pensar que Jesus era um homem na história e comecei a pensar que Ele era um homem que vive ainda hoje. Foi uma conversão no meu pensamento, uma de muitas que viriam a acontecer. A primeira escolha que fazemos é a escolha de crer em Jesus como o sacrifício pelo nosso pecado. Esta escolha foi precedida pelo fracasso e pecado. A segunda escolha virá da mesma maneira: fracasso e pecado. Precisamos escolhê-lo como nosso Caminho, nossa Verdade e nossa Vida. Às vezes passam-se anos, ou mesmo décadas, entre a primeira e a segunda escolha. Muitos acham que estes são anos perdidos, os anos no deserto, ou as trevas da alma. Durante esses anos, duas dinâmicas se digladiam diariamente, deixando poucas pessoas incólumes. De um lado está o forte desejo de "retribuir" a Jesus por tudo que Ele fez e está fazendo, e as pessoas sentem que isso se obtém basicamente "agindo" como Jesus. Isso é exatamente aquilo que é: um mero agir! Pois, por outro lado, os cristãos não estão convencidos que não tenham alguma força, saibam alguma solução, tnham algo à sua disposição que os fará agir como Jesus. Mas também há algo escondido, um segredo, de modo que a maioria não quer realmente Jesus invadindo todas as áreas da sua vida. Eles crêem nos seus próprios caminhos, nas suas próprias verdades e nas suas próprias vidas, e secretamente confiam nos seus ídolos, seus sedativos, sua vitimização, sua amargura, sua ira, e na sua passividade para resolver os problemas diários da vida e para capacitá-los a imitarem a Jesus. Quando as coisas vão bem, estão confiantes e cheios de orgulho e glória. Quando as coisas caem aos pedaços, é culpa deles ou culpa dos outros. Essa conscientização leva à depressão, à frustração e ao desejo de que a vida acabe. Nesse meio tempo, entre as duas escolhas, passa por uma época muito ruim, pois o homem não foi feito para imitar a Jesus, mas para ser um receptáculo do Jesus vivo. À medida que o cristão se aproxima Da Escolha, fica confuso com todas as outras escolhas que lhe são apresentadas sob forma de conselho: se ao menos memorizasse mais as Escrituras, tivesse mais tempo a sós; estudasse mais; desse mais testemunho; ou fosse mais forte... então o cristão seria como Jesus. A tensão de confiar em si mesmo (um "eu" que prefere o seu próprio reino em lugar do reino de Jesus em sua vida) para prover os meios de agir como Jesus é absurda e, com o tempo, fará com que o cristão comece a cair aos pedaços. Com o poder de um "eu" que dispõe de todos os velhos métodos de realizar coisas e dos mecanismos de defesa, tentamos desalojar o "eu". É o "eu" removendo a si mesmo! O resultado é que isso mantém o "eu" vivo. E o homem se torna uma casa dividida e começa a cair aos pedaços. Tudo isso – querer agir como Jesus na carne e, ao mesmo tempo, a carne desprezar a Jesus – cria uma quantidade tremenda de culpa. Dizem que a culpa é a melhor amiga do serviço funerário. No entanto, a culpa nas mãos de Deus produz alguns resultados fabulosos. Nós cristãos nos cansamos de ser e sentir culpados e é nesse estado que o inimigo aproveita a oportunidade para sussurrar em nosso ouvido, com uma voz parecida com a nossa : "Eu não consigo mudar. Não consigo escolher. Não tenho saída!" Imagine alguém escutando isso, ao mesmo tempo que tem nas suas mãos a chave da escolha. Nesse momento, ao completar-se o tempo necessário, nós cristãos estamos prontos para uma outra conversão. Não é imitar a Jesus, mas participar de Jesus. É estar enxertado na Videira. Não se trata de agir como Jesus, mas trata-se de exatamente Jesus fluir através de nós. Quando o Espírito Santo nos revela isso, não hesitamos nem discutimos, mas aceitamos o fato. Nós permanecemos, Cristo está em nós, e, sem Ele, nada podemos fazer. Jesus agora é aceito como vida, e A Escolha está feita.
Depois Da Escolha, a porta está aberta para fazermos centenas de escolhas. Cada uma dessas escolhas envolverá mais conversão à medida que enxergamos Jesus como o Caminho, a Verdade e a Vida numa determinada situação. Cada conversão (mudança de pensamento) acontece exatamente na ordem em que um cristão necessita dela. Contudo, quando a revelação de uma escolha vier, o cristão fará a escolha rapidamente, e de todo o coração. A revelação de que Jesus está vivendo dentro de uma pessoa, vem mais por meio do que a pessoa se recusa a fazer, do que pelo que ela efetivamente faz! O cristão escolhe recusar a amargura, a ira, as justificativas, a discussão, o ódio, a justiça própria, e a competição, e segue rapidamente a vontade de Deus. No entanto, ele sabe que na realidade não é ele que está fazendo isso, mas Jesus que habita nele. A escolha não é pedir para Jesus ajudá-lo a agir como Ele, mas pedir para Jesus agir através dele. Não se trata de entregar passivamente a vontade, mas de ativar a vontade escolhendo a Jesus. O cristão que escolhe nunca diz "Jesus, me ajude a fazer a coisa certa. Jesus, me ajude a amar. Jesus, me ajude a ser agradável a Deus. Jesus, me ajude a ser mais parecido com Você. Não, o cristão que escolhe diz "Jesus, seja as minhas palavras, o meu amor, a minha aceitação e a minha vida." O cristão que escolhe permite que a paz de Deus mande no seu coração. Qualquer variação na paz faz com que ele pare, escute e convide Jesus a ser o seu Caminho, sua Verdade e sua Vida. O cristão que escolhe descobre que pode fazer coisas que nunca pensou serem possíveis, coisas que na força do "eu" não eram possíveis. O cristão que permanece/escolhe consegue dizer não à cobiça olhos, à cobiça da carne e ao orgulho presunçoso da vida. O cristão que permanece/escolhe consegue dizer não aos apetites, porque ele está morto para o pecado e, em Jesus Cristo, não é mais um escravo dele. Cristo nele, vivendo através dele, como se fosse ele, torna-se uma realidade, pois não é ele, mas Jesus. Nosso "escolhedor" fica tão ativo quanto era ativo o "escolhedor" de Jesus que dizia diariamente: "não a Minha vontade, mas a Sua". Um escolhedor ativo não escolhe ser como Jesus, mas escolhe que a vontade do Pai viva e se expresse nele através de Jesus.
Na prática, aqueles que mais amamos são os que mais nos ferem. Não acredito que o abandono da multidão tenha mexido tanto com Jesus quanto o abandono daqueles nos quais Ele havia colocado a Sua vida. De que modo poderia Ele ser tão positivo quando disse: "Vocês sentarão em doze tronos". Não foi Ele! Jesus fez uma escolha de ceder no Seu coração e assumir "não a Minha vontade, mas a Sua", e as palavras vieram. Então o cristão é ofendido por alguém que ele ama; alguém diz algo rude, há uma explosão, os acontecimentos do passado são trazidos ao presente, e a ferida dói profundamente. No entanto, o cristão acabou de ter uma conversão. Jesus é o seu Caminho, a Verdade e a Vida. Escolher algo diferente de "Sua vontade, e não a minha" resultará em sentir-se perdido, enganado e morto. O cristão que permanece/escolhe simplesmente não vai sacrificar a paz do Caminho, da Verdade e da Vida. Portanto, naquela situação, ele faz uma pausa, convida Jesus para ser sua vida, suas palavras, seu amor e sua sabedoria. Ele ouve Sua voz dizendo: "A palavra suave desvia o furor". Jesus só faria através dele aquilo que é bom para ele. O amor não consegue fazer outra coisa.
Você sabia que o concreto não tem força? A força está no aço. Um prédio feito apenas de concreto cairia rapidamente em pedaços. No entanto, um prédio feito apenas de aço iria se mover e inclinar-se. O concreto não é a força, mas segura o aço – a força verdadeira – em seu devido lugar. O mesmo acontece com o esqueleto e a carne. Mas Jesus em mim é o meu aço. A vontade Dele é o aço e a minha vontade é o concreto. Quando eu escolho, o concreto é derramado, se assenta e o aço não vai se mover. Seu amor em mim é aço, mas eu preciso assentá-lo no devido lugar pela minha vontade. Escolho a Jesus na situação. Ouço Suas palavras e coloco o concreto no lugar certo através dum ato da minha vontade. O cristão, depois de ser ofendido, de ceder e escutar a Sua voz, agora acerta toda a questão dando um passo à frente e abraçando a pessoa, dizendo "Eu amo você". Quem estava amando era Jesus nele, mas ele colocou tudo em movimento por meio de uma escolha. E depois, o cristão sente o concreto se assentar, a força do aço é revelada e ele na realidade experimenta um amor sobrenatural. Magnífico! Não adianta fugir e esperar ficar mais forte; essas são decisões de fé resolvidas por meio de uma fé onde o cristão aprende que Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. A escolha é meramente assentar o concreto ao redor do aço que está nele.
Isso quer dizer que Jesus precisa de mim? Sim! Muitos têm repulsa com o pensamento de Jesus em necessidade, mas Ele nos demonstrou que viveu toda Sua vida em necessidade. Deus criou o mundo e deu o domínio sobre ele ao homem. Ao fazer isso, Ele está – num certo sentido – obrigado a trabalhar através do homem. Jesus teve que se tornar homem; esse era o plano desde o início : "o cordeiro sacrificado desde a fundação do mundo". Jesus trabalha através do ser humano ainda hoje. Ele necessita se expressar através de nós e Ele precisa, por assim dizer, o homem para ser o concreto. Ele precisa daqueles que querem escolhê-Lo.
Ando pensando sobre a questão da escolha. O engano número um me parece ser que a escolha é uma chave, que pode ser usada por Deus ou por nós mesmos para os outros. Muitos trabalhos cristãos reivindicam veladamente serem eles que possuem o segredo, e que a informação deles pode fazer uma pessoa escolher corretamente. Basta ler os folhetos dos seminários teológicos afirmando que estão no processo de "produzir homens e mulheres de Deus" ! Alguém saberia me dizer como é que um livro, um professor ou um prédio produzem um homem ou uma mulher de Deus? Para que serve a melhor das informações se não for escolhida e seguida? E se a pessoa decidir segui-la, teria sido a escola que a fez escolher? Pois alguns as seguem e outros não. O menor dá lugar ao maior: O fator decisivo de mudança será a informação ou a vontade? Dois drogados recebem a mesma informação. Um deles pára de usar drogas, e o outro não. Por quê? Não é por causa da escolha? É certo uma instituição se focalizar naquele que a escolheu e usá-lo como exemplo do poder do seu ensino? Eu mesmo costumava fazer isso! Contava apenas as histórias vitoriosas que advinham do meu aconselhamento, e a mensagem sutil era "Vocês viram como esse ensino é poderoso?" Fazem-se reivindicações sobre métodos, ensinos, trabalhos cristãos e instituições que o próprio Jesus não faria, pois Jesus nunca sugeriu que pudesse fazer uma escolha no lugar das pessoas. Somos todos parcialmente responsáveis por esse engano; não podemos simplesmente culpar as instituições. Queremos escutar que uma certa programação pode fazer por nosso cônjuge ou nosso filho aquilo que apenas a escolha deles pode fazer. Até buscamos e pagamos essas instituições para que elas mintam para nós! (Observe que aqueles confiantes "especialistas em reverter uma situação" nunca oferecem garantias para devolver o dinheiro.) Por quê? Tenho observado os especialistas em comportamento humano testemunhando em tribunais, sob juramento. De repente, aquilo que antes era um absoluto, agora se torna um murmúrio vago com uma declaração ressonante: "Eu não consigo ajudar alguém que não quer ser ajudado!" É verdade, mas não é isso que diziam antes. É preciso entender que o próprio Deus não consegue fazer uma pessoa escolher. Então, será que nós conseguimos? Nunca conseguiremos fazer uma pessoa escolher. Um aviso: alguns vão fazer você acreditar que é você quem está no comando das escolhas deles. Isso é uma armadilha, pois irão continuar a escolher aquilo que querem e manipular você para se responsabilizar por aquilo. Você vai acabar se esforçando ainda mais, suplicando, vigiando, e tentando controlar o comportamento. De maneira bem dissimulada, você os liberou da responsabilidade deles.
O engano número dois faz, aos que necessitam fazer uma escolha sem conseguir fazê-la, acreditarem que é impossível ser diferente em certas áreas da vida. Muitos simplesmente crêem que estão presos às suas obsessões, vícios, ira, justiça própria e todas as outras obras da carne. Eles são como aquela pessoa parada na neve fora da sua casa, segurando a chave da porta trancada e gritando: "Será que alguém pode me deixar entrar?" Como é que um cristão pode estar preso e impedido de entrar na vitória quando ele é o único que está segurando a chave? Permitam-me ilustrar isso. Certo homem me disse que era viciado em pornografia. E eu lhe respondi "Aposto que sua família está cansada de ver pornografia com você!" Ele respondeu: "Oh não, eu nunca vejo pornografia quando eles estão por perto!" A minha pergunta é simples: Como é que ele pode ser viciado, se consegue escolher quando e onde vê a pornografia? Como é que um viciado em drogas não pode ser capaz de escolher ficar sem drogas, quando ele escolhe comprá-la e também escolhe tomá-la em lugar escondido? Detestamos ser confrontados com esta verdade, mas estamos fazendo exatamente aquilo que queremos, exatamente aquilo que escolhemos fazer! Não somos incapazes de escolher, simplesmente não queremos escolher a coisa certa. Estamos em descrença e estamos constantemente fazendo escolhas. Precisamos escolher entre as palavras de Jesus e a voz da carne. Nós ESCOLHEMOS a carne. Esse é um fato que não podemos negar. Estamos no ponto em que estamos hoje por escolha pessoal. Alguns vão argumentar: "Não fui eu quem escolheu ser espancado, ter um pai alcoólatra, ser abusado emocionalmente e verbalmente, ser abandonado, não ser amado, e por aí afora." Tudo isso é verdade, e no início essa pessoa reagiu por instinto. Contudo, depois de amadurecer, ela escolheu qual seria a sua reação/seu estilo de vida em relação ao acontecimento. Depois de obterem as informações corretas, alguns escolhem continuar sendo vítimas, não ver Deus agindo, culpar aos outros, tornar infelizes aqueles que os cercam, fazerem os outros pagarem, viverem odiando a si mesmos, tentando desfazer o passado fazendo-o acontecer novamente. Duas pessoas podem ter um acontecimento horrível em suas vidas. Anos depois, uma é doce e a outra amarga. Por quê? Queremos evitar o óbvio e arrumar desculpas, mas o fato é que uma acreditava que a sua escolha era maior do que o passado, e a outra não acreditava.
O engano número três é o sentimento de que podemos fazer alguma coisa sem Ele. É verdade que fora de Cristo ainda temos o poder de escolher. Contudo, um homem querendo ser Deus apenas escolherá as coisas que fortalecem a carne. Ele comerá da árvore do Bem e do Mal, escolhendo a justiça própria ou a injustiça. Estas são as únicas escolhas que qualquer homem fora de Cristo faz. Há uma terceira escolha que o homem carnal pode fazer. Mais adiante falarei mais sobre isso. Muitos da turma do "poder do pensamento positivo" ensinam que o homem pode escolher qualquer coisa que quiser, inclusive o seu próprio destino. Que está completamente nas mãos dele aquilo no qual ele vai se tornar. Tudo isso é dito fora de Cristo, onde isso não é verdadeiro. Uma pessoa pode escolher, mas todas as escolhas fortalecerão a carne, causando mais tarde uma afloramento maior dela. Os fariseus tinham algumas disciplinas incríveis, e a carne ficou tão fortalecida que eles acabaram matando Jesus. Do mesmo modo, você pode escolher uma injustiça, a qual causará um afloramento de justiça própria mais tarde. (Já ouvi ex-drogados falarem com desprezo absoluto sobre os drogados que conhecem. Simplesmente espantoso!) Os descrentes são escravos do pecado. Assim como qualquer outro escravo, conseguem nas suas mentes desprezar a obediência ao seu senhor, mas precisam obedecer e assim farão. Eles escolhem entre obedecer ou sofrer as conseqüências. (Apenas um Homem escolheu não obedecer, e Ele efetivamente sofreu as conseqüências: a morte!). O ponto que quero enfatizar é que ser um escravo não nega o fato de que ainda assim precisamos fazer escolhas.
E, finalmente, a verdade é que em Cristo eu posso escolher! Nele sou livre! Nele não consigo mais pecar. Conforme já mencionei em artigos anteriores, o novo nascimento acontece apenas uma vez, mas as conversões acontecem durante toda nossa vida. A conversão é uma mudança de pensamento. Certo dia parei de pensar que Jesus era um homem na história e comecei a pensar que Ele era um homem que vive ainda hoje. Foi uma conversão no meu pensamento, uma de muitas que viriam a acontecer. A primeira escolha que fazemos é a escolha de crer em Jesus como o sacrifício pelo nosso pecado. Esta escolha foi precedida pelo fracasso e pecado. A segunda escolha virá da mesma maneira: fracasso e pecado. Precisamos escolhê-lo como nosso Caminho, nossa Verdade e nossa Vida. Às vezes passam-se anos, ou mesmo décadas, entre a primeira e a segunda escolha. Muitos acham que estes são anos perdidos, os anos no deserto, ou as trevas da alma. Durante esses anos, duas dinâmicas se digladiam diariamente, deixando poucas pessoas incólumes. De um lado está o forte desejo de "retribuir" a Jesus por tudo que Ele fez e está fazendo, e as pessoas sentem que isso se obtém basicamente "agindo" como Jesus. Isso é exatamente aquilo que é: um mero agir! Pois, por outro lado, os cristãos não estão convencidos que não tenham alguma força, saibam alguma solução, tnham algo à sua disposição que os fará agir como Jesus. Mas também há algo escondido, um segredo, de modo que a maioria não quer realmente Jesus invadindo todas as áreas da sua vida. Eles crêem nos seus próprios caminhos, nas suas próprias verdades e nas suas próprias vidas, e secretamente confiam nos seus ídolos, seus sedativos, sua vitimização, sua amargura, sua ira, e na sua passividade para resolver os problemas diários da vida e para capacitá-los a imitarem a Jesus. Quando as coisas vão bem, estão confiantes e cheios de orgulho e glória. Quando as coisas caem aos pedaços, é culpa deles ou culpa dos outros. Essa conscientização leva à depressão, à frustração e ao desejo de que a vida acabe. Nesse meio tempo, entre as duas escolhas, passa por uma época muito ruim, pois o homem não foi feito para imitar a Jesus, mas para ser um receptáculo do Jesus vivo. À medida que o cristão se aproxima Da Escolha, fica confuso com todas as outras escolhas que lhe são apresentadas sob forma de conselho: se ao menos memorizasse mais as Escrituras, tivesse mais tempo a sós; estudasse mais; desse mais testemunho; ou fosse mais forte... então o cristão seria como Jesus. A tensão de confiar em si mesmo (um "eu" que prefere o seu próprio reino em lugar do reino de Jesus em sua vida) para prover os meios de agir como Jesus é absurda e, com o tempo, fará com que o cristão comece a cair aos pedaços. Com o poder de um "eu" que dispõe de todos os velhos métodos de realizar coisas e dos mecanismos de defesa, tentamos desalojar o "eu". É o "eu" removendo a si mesmo! O resultado é que isso mantém o "eu" vivo. E o homem se torna uma casa dividida e começa a cair aos pedaços. Tudo isso – querer agir como Jesus na carne e, ao mesmo tempo, a carne desprezar a Jesus – cria uma quantidade tremenda de culpa. Dizem que a culpa é a melhor amiga do serviço funerário. No entanto, a culpa nas mãos de Deus produz alguns resultados fabulosos. Nós cristãos nos cansamos de ser e sentir culpados e é nesse estado que o inimigo aproveita a oportunidade para sussurrar em nosso ouvido, com uma voz parecida com a nossa : "Eu não consigo mudar. Não consigo escolher. Não tenho saída!" Imagine alguém escutando isso, ao mesmo tempo que tem nas suas mãos a chave da escolha. Nesse momento, ao completar-se o tempo necessário, nós cristãos estamos prontos para uma outra conversão. Não é imitar a Jesus, mas participar de Jesus. É estar enxertado na Videira. Não se trata de agir como Jesus, mas trata-se de exatamente Jesus fluir através de nós. Quando o Espírito Santo nos revela isso, não hesitamos nem discutimos, mas aceitamos o fato. Nós permanecemos, Cristo está em nós, e, sem Ele, nada podemos fazer. Jesus agora é aceito como vida, e A Escolha está feita.
Depois Da Escolha, a porta está aberta para fazermos centenas de escolhas. Cada uma dessas escolhas envolverá mais conversão à medida que enxergamos Jesus como o Caminho, a Verdade e a Vida numa determinada situação. Cada conversão (mudança de pensamento) acontece exatamente na ordem em que um cristão necessita dela. Contudo, quando a revelação de uma escolha vier, o cristão fará a escolha rapidamente, e de todo o coração. A revelação de que Jesus está vivendo dentro de uma pessoa, vem mais por meio do que a pessoa se recusa a fazer, do que pelo que ela efetivamente faz! O cristão escolhe recusar a amargura, a ira, as justificativas, a discussão, o ódio, a justiça própria, e a competição, e segue rapidamente a vontade de Deus. No entanto, ele sabe que na realidade não é ele que está fazendo isso, mas Jesus que habita nele. A escolha não é pedir para Jesus ajudá-lo a agir como Ele, mas pedir para Jesus agir através dele. Não se trata de entregar passivamente a vontade, mas de ativar a vontade escolhendo a Jesus. O cristão que escolhe nunca diz "Jesus, me ajude a fazer a coisa certa. Jesus, me ajude a amar. Jesus, me ajude a ser agradável a Deus. Jesus, me ajude a ser mais parecido com Você. Não, o cristão que escolhe diz "Jesus, seja as minhas palavras, o meu amor, a minha aceitação e a minha vida." O cristão que escolhe permite que a paz de Deus mande no seu coração. Qualquer variação na paz faz com que ele pare, escute e convide Jesus a ser o seu Caminho, sua Verdade e sua Vida. O cristão que escolhe descobre que pode fazer coisas que nunca pensou serem possíveis, coisas que na força do "eu" não eram possíveis. O cristão que permanece/escolhe consegue dizer não à cobiça olhos, à cobiça da carne e ao orgulho presunçoso da vida. O cristão que permanece/escolhe consegue dizer não aos apetites, porque ele está morto para o pecado e, em Jesus Cristo, não é mais um escravo dele. Cristo nele, vivendo através dele, como se fosse ele, torna-se uma realidade, pois não é ele, mas Jesus. Nosso "escolhedor" fica tão ativo quanto era ativo o "escolhedor" de Jesus que dizia diariamente: "não a Minha vontade, mas a Sua". Um escolhedor ativo não escolhe ser como Jesus, mas escolhe que a vontade do Pai viva e se expresse nele através de Jesus.
Na prática, aqueles que mais amamos são os que mais nos ferem. Não acredito que o abandono da multidão tenha mexido tanto com Jesus quanto o abandono daqueles nos quais Ele havia colocado a Sua vida. De que modo poderia Ele ser tão positivo quando disse: "Vocês sentarão em doze tronos". Não foi Ele! Jesus fez uma escolha de ceder no Seu coração e assumir "não a Minha vontade, mas a Sua", e as palavras vieram. Então o cristão é ofendido por alguém que ele ama; alguém diz algo rude, há uma explosão, os acontecimentos do passado são trazidos ao presente, e a ferida dói profundamente. No entanto, o cristão acabou de ter uma conversão. Jesus é o seu Caminho, a Verdade e a Vida. Escolher algo diferente de "Sua vontade, e não a minha" resultará em sentir-se perdido, enganado e morto. O cristão que permanece/escolhe simplesmente não vai sacrificar a paz do Caminho, da Verdade e da Vida. Portanto, naquela situação, ele faz uma pausa, convida Jesus para ser sua vida, suas palavras, seu amor e sua sabedoria. Ele ouve Sua voz dizendo: "A palavra suave desvia o furor". Jesus só faria através dele aquilo que é bom para ele. O amor não consegue fazer outra coisa.
Você sabia que o concreto não tem força? A força está no aço. Um prédio feito apenas de concreto cairia rapidamente em pedaços. No entanto, um prédio feito apenas de aço iria se mover e inclinar-se. O concreto não é a força, mas segura o aço – a força verdadeira – em seu devido lugar. O mesmo acontece com o esqueleto e a carne. Mas Jesus em mim é o meu aço. A vontade Dele é o aço e a minha vontade é o concreto. Quando eu escolho, o concreto é derramado, se assenta e o aço não vai se mover. Seu amor em mim é aço, mas eu preciso assentá-lo no devido lugar pela minha vontade. Escolho a Jesus na situação. Ouço Suas palavras e coloco o concreto no lugar certo através dum ato da minha vontade. O cristão, depois de ser ofendido, de ceder e escutar a Sua voz, agora acerta toda a questão dando um passo à frente e abraçando a pessoa, dizendo "Eu amo você". Quem estava amando era Jesus nele, mas ele colocou tudo em movimento por meio de uma escolha. E depois, o cristão sente o concreto se assentar, a força do aço é revelada e ele na realidade experimenta um amor sobrenatural. Magnífico! Não adianta fugir e esperar ficar mais forte; essas são decisões de fé resolvidas por meio de uma fé onde o cristão aprende que Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. A escolha é meramente assentar o concreto ao redor do aço que está nele.
Isso quer dizer que Jesus precisa de mim? Sim! Muitos têm repulsa com o pensamento de Jesus em necessidade, mas Ele nos demonstrou que viveu toda Sua vida em necessidade. Deus criou o mundo e deu o domínio sobre ele ao homem. Ao fazer isso, Ele está – num certo sentido – obrigado a trabalhar através do homem. Jesus teve que se tornar homem; esse era o plano desde o início : "o cordeiro sacrificado desde a fundação do mundo". Jesus trabalha através do ser humano ainda hoje. Ele necessita se expressar através de nós e Ele precisa, por assim dizer, o homem para ser o concreto. Ele precisa daqueles que querem escolhê-Lo.
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